Monday, November 22, 2021

Tétano: o que você precisa saber sobre essa doença grave

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Para muita gente, a primeira imagem que vem à cabeça quando se fala em tétano, é a de uma criança brincando descalça que, quando pisa em um prego ou algo parecido, precisa ser levada rapidamente para o hospital por causa do risco de contaminação da doença. Esse é um filminho que passa na memória de vários adultos. Mas a cena tem um ponto importante a ser corrigido: em vez de se preocupar com a ameaça de contágio da doença na hora que o prego entra no pé, é preciso se prevenir contra ela bem antes, tomando a vacina. A partir daí, a preocupação será “somente” de tratar o ferimento.

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Tétano: o que você precisa saber sobre essa doença grave (Foto: Getty)

 

Veja as informações mais importantes que você deve saber sobre o tétano.

O que é

Trata-se de uma doença infecciosa aguda, não contagiosa, isto é, não passa de uma pessoa para outra. Ela é causada por uma neurotoxina produzida por uma bactéria chamada Clostridium tetani.

Contágio

 

Essa bactéria está presente no solo e nas fezes dos animais, e pode permanecer no ambiente por anos. O contágio ocorre pelo contato dessa bactéria com ferimentos causados por objetos cortantes ou perfurantes contaminados – como pregos, arames e cercas, por exemplo.

Queimaduras e tecidos necrosados (mortos, após processo infeccioso) também podem ser uma porta de entrada, favorecendo a ação da bactéria. Ou seja, essas áreas de pele em contato com a toxina ficam suscetíveis ao contágio.

Uma outra forma de contaminação é pelo coto umbilical, quando o cordão é cortado sem os devidos cuidados de higiene, na hora do parto. Nesse caso, ocorre o tétano neonatal. Nos demais, a doença é chamada de tétano acidental.

Sintomas

O quadro clínico, geralmente é dramático. Os sintomas normalmente surgem de cinco a dez dias após a lesão, mas também podem ocorrer até dois meses depois da contaminação. Para os recém-nascidos, tem início em torno do sétimo dia de vida, por isso, é popularmente conhecido como “mal dos sete dias”.

O doente apresenta espasmos musculares – que são contrações involuntárias ou que também podem ser provocadas por estímulos sonoros, luminosos, térmicos e pela própria manipulação no doente. Inicialmente, atingem face, principalmente o maxilar – o que dificulta abrir a boca – e evoluem para os músculos da garganta, dificultando a deglutição. Em seguida, vão tomando o corpo, provocando rigidez em várias partes, o que pode afetar o diafragma (e a respiração) e até o coração. Por isso, o grau de letalidade do tétano é altíssimo.

No caso dos bebês, o quadro começa com dificuldade de mamar, e logo evolui para choro persistente e encurvamento do corpo (que fica parecendo uma “vírgula”).

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Tratamento

Na grande maioria dos casos, ele é feito em UTI, onde o paciente deve ser isolado em ambiente sem muita luminosidade, baixo ruído e temperatura controlada – tudo para esses fatores não funcionarem como gatilhos para os espasmos. Durante o processo, em geral, ele é sedado e, muitas vezes, submetido a procedimentos cirúrgicos para limpeza dos ferimentos. Ainda são utilizados antibióticos para o controle da bactéria, e imunoglobulina antitetânica para neutralizar as toxinas que estejam circulando no organismo.

Prevenção

Ninguém precisa passar por tamanho sofrimento nem correr risco de morte pela doença. Para prevenir tudo isso, existe vacina, que está no calendário vacinal em diferentes formulações, como a pentavalente (protege contra difteria, tétano coqueluche, Hepatite B e meningite por Haemophilus Influenzae tipo B), e a DPT (imuniza contra difteria, tétano e coqueluche), disponíveis no SUS.

As vacinas contra o tétano são recomendadas em três doses iniciais no primeiro ano de vida, aos 2, 4 e 6 meses, com reforços entre 15 e 18 meses e entre 4 e 6 anos. E depois, a cada dez anos, para adolescentes e adultos. Já a prevenção do tétano neonatal deve ser feita por meio da vacinação de mulheres em idade fértil, em três doses. Antes do parto, ela deverá ter tomado pelo menos duas doses. Caso a última tenha sido aplicada há mais de cinco anos, é preciso fazer um reforço.

É importante lembrar que se a criança se machuca e há suspeita de que o local onde ela se feriu ou de que o instrumento que provocou o ferimento possam estar contaminados, é indicada uma dose de reforço. Isso deve ocorrer apenas se ela não tiver comprovação de pelo menos três doses da vacina – em caso de ferimentos de baixo risco. Em casos de ferimentos de alto risco, o imunizante deve ser aplicado, caso o reforço tenha sido feito há mais de cinco anos, se tiver tomado menos de três doses, ou de não haver comprovação de vacina.

Fontes consultadas: Flávio Melo, pediatra com especialização pelo Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira (IMIP, Recife/PE); Marco Aurélio Palazzi Sáfadi, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).

 



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Quem-ama-vacina/noticia/2021/11/tetano-o-que-voce-precisa-saber-sobre-essa-doenca-grave.html