Friday, November 26, 2021

Casos de crianças com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) seguem aumentando no país, alerta Fiocruz

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Enquanto os casos de covid-19 começam a diminuir, outras doenças sazonais têm lotado os hospitais pediátricos. Pela segunda vez só no mês de novembro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou para o aumento dos casos de crianças com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil. 

Termômetro, febre, doente, gripe, resfriado, srag, (Foto: Unsplash)

 

 

O Boletim Infogripe publicado na última quinta-feira (25) mostra que o número de crianças com doença respiratória continua crescendo. Ainda que os diagnósticos de SRAG estejam estáveis na maioria das faixas etárias, entre as crianças a doença vem tendo um aumento significativo.

Entre os pequenos de 0 a 9 anos, o vírus sincicial respiratório (VSR), que causa bronquiolite, é o que mais tem levado à quadros de SRAG. Em alguns momentos, do começo de 2021 para cá, os diagnósticos semanais foram superiores, inclusive, aos casos positivos de covid-19.

De julho para cá, outros vírus respiratórios também têm levado a quadros de SRAG. Nessa lista estão o Adenovírus, Bocavírus, Parainfluenza 3 e Parainfluenza 4, além do VSR e Rinovírus.

Segundo a Fiocruz, esse aumento de casos de SRAG em crianças é consequência da maior exposição dessa população nos últimos meses. "Tal situação reforça a importância da revisão dos protocolos adotados no ambiente escolar, como avaliação da capacidade de ventilação e circulação de ar nas salas de aula, bem como distribuição e uso consciente de máscaras adequadas (PFF2)", diz o documento. 

O que é SRAG?

A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é, na verdade, um conjunto de sinais e sintomas. Ela pode ter várias causas e agentes infecciosos (vírus e bactérias). "O diagnóstico é baseado nos sintomas do paciente no momento em que ele é atendido. Normalmente, eles chegam ao hospital com um quadro respiratório, geralmente com febre, evoluindo para sinais de desconforto respiratório e diminuição da saturação de oxigênio, com algum grau de comprometimento pulmonar. Frequentemente, é um quadro que implica na necessidade de internação, muitas vezes em UTI, dependendo do grau de comprometimento", explica o infectologista Francisco Ivanildo Oliveira, gerente médico do Sabará Hospital Infantil (SP). 

Os tipos de vírus e bactérias que levam à SRAG variam de acordo com a época do ano. Normalmente, o pico das infecções acontece na transição do verão para o outono, ou seja, vai do começo do ano até maio ou junho. "A maior incidência costuma ser do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que causa bronquiolite. A diferença é que em adultos e crianças maiores, o VSR costuma causar apenas um resfriado enquanto em crianças menores, particularmente aquelas com menos de 2 anos — e mais especialmente os menores de 6 meses ou com fatores de riscos, como prematuridade, cardiopatia e Síndrome de Down —, pode se manifestar de uma forma mais intensa e grave", diz o infectologista.

Além do VSR, outros vírus, como o adenovírus e o influenza, também podem podem desencadear quadros de SRAG. Os pequenos, com menos de 2 anos, são os que precisam de mais atenção. "Nessa faixa etária, elas costumam não ter um desenvolvimento pulmonar muito avançado e, com isso, ficam mais sucestíveis", completa o pediatra Werther Brunow de Carvalho, do Hospital Santa Catarina (SP). 

Como prevenir a SRAG?

Se comparado à população total de crianças no país, Francisco afirma que o percentual de internações por SRAG é relativamente pequeno, mas não deixa de ser motivo de alerta. "Devemos ficar atentos e observar. Existem medidas de prevenção que podem ser tomadas. No caso do VSR, há uma medicação que ajuda a prevenir infecções em crianças com maior risco de formas graves", disse, referindo-se ao Palivizumabe, um anticorpo monoclonal humanizado contra o Vírus Sincicial Respiratório que pode beneficiar prematuros, crianças com diagnóstico de doença pulmonar crônica e cardiopatas graves. Além disso, reduzir o contato do bebê com outras pessoas e intensificar a higiene, também ajudam a evitar. "As recomendações de prevenção são as mesmas da covid", completa.

O pediatra Werther Brunow de Carvalho também reforça a importância de ficar atento aos sinais de que algo está errado. "O alerta é para que os pais fiquem muito atentos aos sinais de infecção das vias aéreas superiores. Não deixem de contatar o pediatra. São virus de famílias diferentes, mas com manifestações semelhantes, que podem levar a quadros assintomáticos, leves, moderados e até graves", finalizou.

 

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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2021/11/casos-de-criancas-com-sindrome-respiratoria-aguda-grave-srag-seguem-aumentando-no-pais-alerta-fiocruz.html