Tuesday, November 23, 2021

Amamentação: pesquisa aponta principais dificuldades que as mães enfrentam nos três primeiros dias após o nascimento do bebê

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Um novo estudo de revisão realizado por pesquisadoras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) indica que traumas mamilares, como escoriações, fissuras e vermelhidão, estão entre as principais dificuldades enfrentadas por puérperas até 72 horas após o parto, no sistema de alojamento conjunto – em que mãe e recém-nascido ficam juntos 24 horas por dia no hospital até terem alta. Os dados são de pesquisa publicada pela revista “Audiology Communication Research” nesta segunda-feira, 22, informou a Agência Bori.

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Índices de amamentação exclusiva melhoraram ao redor do mundo, aponta estudo (Foto: Pexels)

 

 

As autoras chegaram até essas informações após revisarem artigos científicos publicados sobre o assunto entre 2010 e 2019 em português, inglês e espanhol, procurando por palavras-chave nas plataformas PubMed, BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) e SciELO. O trabalho mostra que compreender as dificuldades enfrentadas por mãe e bebês na amamentação durante os três primeiros dias de maternidade é importante para que a amamentação não seja interrompida, já que o leite materno protege os recém-nascidos de alergias e infecções, ajuda a formar seus órgãos e está relacionado à redução da mortalidade infantil. Além disso, reduz sangramentos no pós-parto das mães, a probabilidade de câncer de mama e facilita a retomada do útero ao seu tamanho normal.

A revisão também apontou outro dado relevante sobre o momento conhecido como golden hour ou hora dourada, indicando que a prevalência de mulheres que conseguiram amamentar na primeira hora após o nascimento do bebê variou de 43,9% a 77,3%.

“Esperávamos encontrar que a fissura mamilar é uma das maiores dificuldades enfrentadas no aleitamento materno exclusivo e no artigo identificamos que, realmente, as maiores dificuldades referem-se a problemas relacionados aos traumas mamilares, que engloba a fissura. Estas lesões estão associadas à pega incorreta e à presença de dor, que podem causar a interrupção da amamentação”, explicou Carine Vieira Bicalho, coautora do estudo.

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Segundo Carine, os dados fornecem informações importantes para fonoaudiólogos, que são os profissionais mais indicados para avaliar o padrão de sucção do bebê. “Ele é capaz de identificar as causas das alterações no padrão de sucção, a fim de promover o equilíbrio e garantir uma mamada eficiente”, afirma a pesquisadora. A partir dos dados encontrados, o profissional pode dar orientações e fazer intervenções específicas para as mães.

Outros fatores que influenciam a experiência do aleitamento exclusivo, segundo a pesquisa, são dificuldade de conexão afetiva entre mãe e bebê, falta de conhecimento sobre a amamentação, anatomia e inflamação do mamilo. Por isso, é essencial entender o processo não só a partir de fatores fisiológicos, assim como socioculturais e psicológicos.

 



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