No Reino Unido, uma mãe emagreceu cerca de 30 quilos após ouvir do filho de 5 anos que ela estava gorda. Nicola Boswell, sobrecarregada com as funções de uma mãe solo, diz que costumava sobreviver a base de açúcar, fastfood e lutava para arranjar tempo para cuidar de si mesma.
"Tive alguns relacionamentos tóxicos que foram terríveis para minha autoestima, estava saindo para socializar o tempo todo e esquecia de mim. Quando eu tive meu filho, tudo mudou. Eu tinha ainda menos energia e meu peso não parava de aumentar. Sabia que precisava mudar. Queria levar minha carreira para o próximo nível, eu queria ser feliz e ser o melhor modelo para meu filho", explicou.
Após o comentário do garoto, Nicole passou a fazer dietas restritivas e assinou alguns programas de emagrecimento conhecidos no país. 'Minha autoconfiança e minha autoestima foram às alturas. Eu sou uma nova pessoa e isso se mostra em todos os aspectos da minha vida".
Para começar esta reflexão, vale lembrar que a palavra "gorda" nada mais é do que uma característica física, assim como ser alta ou baixa, por exemplo. Não há (ou não deveria ter) juízo de valor ímplicito nessas palavras, uma vez que atributos físicos não definem caráter ou capacidade e a associação deles com a estética nada mais é do que o reflexo do preconceito ainda vivo na sociedade.
Assim como o emagrecimento, a decisão de mudar sua rotina de exercícios ou alimentação está longe de ser um problema. Pelo contrário, é positivo que você procure formas de sentir bem e de cuide do seu corpo, desde que todas estas mudanças sejam exclusivamente para você. Quando mudamos pelos nossos filhos ou marido acabamos esquecendo de olhar para o que é mais importante: nós mesmas.
Em vez de pensar em dietas restritivas e radicais, que podem ser responsáveis pelo famoso "efeito sanfona" e por uma piora na saúda da mãe a longo prazo, que tal pensar em formas de levantar a autoestima? De acordo com a ginecologista Carolina Ambrogini, o primeiro passo é passar a se olhar com um pouco mais de carinho. "Vivemos em um país onde os padrões de beleza escravizam as mulheres em torno de um ideal. Para nossa sanidade mental, é preciso quebrá-los urgentemente. Se ame mais e valorize a nova etapa da sua vida, em vez de se diminuir".
Além disso, vale usar esta oportunidade para conversar com seu filho sobre o peso das nossas palavras e explicar a importância da empatia, do respeito e do cuidado com o outro, sempre adaptando o papo com a idade do pequeno. Se eles são o futuro, que tal produzir esta mudança em casa com diálogo e afeto?
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