Como agir? Será que vou conseguir amar o segundo como eu amo o primeiro? Será que o mais velho vai ficar bem? Será que ele vai sentir a minha falta? Será que ele vai sentir ciúmes? Será que eu vou dar conta dos dois? Será que eles vão se amar? Meu novo livro, Agora sou irmão mais velho (Much Editora), apresenta, com história doce e ilustrações encantadoras, respostas para essas questões.
Quando eu estava perto de ganhar meu segundo filho, lembro claramente do coração apertado de pensar que o ciclo, eu e meu filho mais velho – só nós dois – tinha acabado. Se fecho os olhos, consigo sentir a preocupação de como ficaria a minha relação com o primogênito e de como a vidinha dele seria com a chegada do irmão. Ficava quebrando a cabeça, bolando estratégias para que ele não sentisse tanto.
Quando cheguei em casa com o Thomás, lembro da angústia de não dar conta. Na primeira madrugada, levantei à noite para conferir se o Matheus estava coberto e depois checar o Thomás no moisés, ao lado da minha cama. Em pé, na escuridão, senti a ansiedade bater forte na porta. Inspirei profundamente e, mentalmente, pedi para eu mesma tentar descansar. Mas não foi fácil porque é tudo novo. A responsabilidade cresce, e a gente quer acertar sempre. Mãe é assim.
Tudo isso para dizer, queridos leitores, que eu entendo todas as aflições que vagueiam na sua mente e no seu coração em função da chegada do segundo filho. Tem o luto do ciclo que se fecha com o mais velho, tem a culpa de achar que está sempre devendo para um ou para o outro, tem a demanda “duplicada”, que deixa a gente perdidinha, o mais velho precisando de atenção, enquanto você amamenta o mais novo, a nova realidade com dois filhos.
Mas eu só queria te lembrar que mudar nunca é fácil; gera medo mesmo. Queria te contar que proteger seu filho mais velho de todas as possíveis “dores” que esse momento vai trazer para ele é impossível. E que bom que é. Afinal, é preciso vivenciar o lado bom e o ruim que uma experiência traz. Perdas e ganhos, lembra? E que experiência preciosa você está proporcionando para ele. Já pensou nisso?
Ele vai sentir? Claro. Vai ser desafiador no começo? Sim, como tudo o que é desconhecido. Ele vai precisar da sua atenção? Com certeza – e muita. Mas aceite a mudança, as faltas, o caos. Solte. Liberte-se das medidas milimetricamente exatas para um e para o outro. E em meio ao novo caos, procure lembrar-se de guardar sempre uma “medida” para você. Mesmo que seja um pedaço bem pequenininho.
Te garanto que, em um dia qualquer, quando observar seu primogênito beijar os pezinhos do mais novo, você vai sorrir em resposta ao carinho e todo o medo ficará para trás. Então, vai perceber que os ganhos dessa mudança batem, de lavada, todo e qualquer desafio do caminho.
Se você está passando por isso, o livro Agora sou irmão mais velho pode ser uma espécie de farol para as famílias que estão vivendo esse momento lindo, mas igualmente desafiador, que é a chegada do segundo, terceiro, quarto... filho.
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