Monday, November 8, 2021

Por que as vacinas são seguras e eficientes

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Quando viramos pais, naturalmente, queremos o melhor para os nossos filhos. Desejamos oferecer alimentos saudáveis, educação de qualidade, brinquedos e brincadeiras que os ajudem a se desenvolver. No campo da saúde, buscamos que eles tenham atendimento médico adequado, tomem os medicamentos receitados pelos profissionais e as vacinas recomendadas pelo pediatra. Sim, a maioria reconhece o valor dos imunizantes no “combo” em prol da saúde das crianças. Mas existem aqueles que desconfiam da segurança e da eficiência das vacinas e vivem questionando se devem mesmo levar os pequenos para vacinar.

Criança tomando vacina (Foto: Marko Geber/Getty Images)

 

“Para esses pais, vale dizer que basta observar o que aconteceu com o mundo, a partir da introdução dos programas de vacinação. Décadas atrás, nós tínhamos, por exemplo, o sarampo como uma importante causa de mortalidade infantil. Hoje, não é mais. A poliomielite era um terror. Era comum nos deparar com pessoas com sequelas, com pernas finas, mancando, usando cadeira de rodas e o chamado pulmão de aço”, diz a pediatra Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Não é exagero. De fato, diferentes enfermidades só puderam ser controladas em função das vacinas. Muita gente desconfia da necessidade da imunização justamente porque não vê, na prática, as consequências, muitas vezes graves, que a doença provoca. Imunizar o pequeno evita que ele sofra os efeitos de um quadro mais severo de varicela (catapora), por exemplo, que pode deixar a criança de cama durante semanas, agonizando de dor, mal-estar e coceira nas feridas. Ou as complicações agudas do sarampo, que podem comprometer o sistema respiratório e neurológico e até levar à morte.

Tudo isso pode ser evitado de uma forma bem simples: por meio da vacinação. Basta seguir o calendário do PNI (Programa Nacional de Imunização), do Ministério da Saúde, e vacinar pelo SUS. Além, claro, de acompanhar a orientação do pediatra, que ainda pode recomendar reforços de alguns imunizantes que estão disponíveis na rede privada.

Atestado pela ciência

Quem desconfia da segurança e da eficácia das vacinas precisa saber: todas as vacinas disponíveis são extremamente seguras e eficientes. “Estamos falando de imunizantes que foram estudados por dez, vinte anos, em diferentes ensaios, até serem liberados para aplicação na população”, informa Flávia Bravo.

Segundo a infectologista pediátrica Viviane Favarin, do Hospital São Luiz Morumbi, da Rede D’Or São Luiz (SP), “uma vacina passa por uma série de pesquisas – desde o momento da concepção, estuda-se qual vai ser a tecnologia utilizada nela, como ela vai ser desenvolvida e aplicada. A partir daí, é feita toda uma checagem de segurança, tanto em modelos animais, mais para a frente, em humanos, até ser aprovada”, afirma Favarin.

Nesses ensaios clínicos, conforme explica a pediatra Flávia Bravo, é que se define qual é a dose necessária para diferentes tipos de públicos – crianças, adultos, idosos –, se é preciso dose de reforço e com qual intervalo.

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Além do próprio laboratório que desenvolve o imunizante, há ainda a atuação dos órgãos de vigilância sanitária de cada local, no caso do Brasil, a responsável é a Anvisa. Tanto o fabricante que desenvolve o imunizante quanto o órgão regulatório avaliam os testes de segurança e eficácia e acompanham, por exemplo, a possibilidade de surgir ou não efeitos adversos. Todos esses dados são tabulados e registrados para compor um estudo aprofundado sobre o produto, ou seja, há rigor científico quando um imunizante é liberado para uso na população.

Desconfiança sem sentido

Muitos dos que não confiam nas vacinas alegam que se elas fossem realmente eficientes, alguém que toma determinado imunizante não ficaria doente – como algumas poucas crianças que são imunizadas contra varicela e mesmo assim pegam a doença. Para esses desconfiados, a resposta é simples: nenhuma vacina garante 100% de proteção.

“A vacina ideal combina segurança e eficiência. Por isso, talvez um imunizante até fosse 100% eficiente, caso fosse tomado em uma dose maior, mas, por outro lado, poderia provocar efeitos adversos indesejáveis. O que se busca numa vacina é o meio-termo, ou seja, que ele proteja, mas também não cause transtornos importantes”, afirma a infectologista Viviane Favarin.

Hoje, com tudo o que se fala sobre os imunizantes contra a covid-19, mais gente vem entendendo essa relação com o grau de proteção. “É importante saber que uma vacina pode não proteger 100% da ameaça de adoecer, mas certamente, se a criança pega a doença, ela terá uma forma mais branda, e não haverá o risco de internação, por exemplo”, destaca Favarin.

As vacinas são uma vitória da ciência para eliminar as doenças
Flávia Bravo

Por fim, a vacinação é uma decisão individual, mas que interfere na saúde coletiva. Porque a gente não se vacina apenas para se proteger, mas para também proteger o outro. Imagine que há pessoas que, por vários motivos, não podem se vacinar. “Pense em um pai ou em uma mãe que não vacinam seu filho contra catapora, porque nunca viram alguém com a doença ou acham que se trata de uma doença que toda criança tem de ter. Aí, o filho pega. E passa para o tio, que é imunodeprimido. O pai ou a mãe vão falar ‘que bom que não dei vacina no meu filho, porque ele já pegou catapora e foi até leve’. Mas aquele tio imunodeprimido morreu... Não faz o menor sentido correr esse risco”, ressalta a pediatra Flávia Bravo, diretora da SBIm.

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“As vacinas são uma vitória da ciência para eliminar as doenças. Você, mãe e pai, tem de entender que não é dono do futuro. Não dá para prever se um dia seu filho vai precisar fazer um transplante ou ter leucemia e não poder se vacinar ou responder bem às vacinas. Por isso, vacine-o. Ninguém discute que para ter uma boa saúde é necessário comer frutas, legumes e verduras. Mas das vacinas que também têm comprovação científica de que são fundamentais para a saúde, há quem duvide. É hora de se informar melhor e se convencer da importância dos imunizantes”, diz Flávia Bravo.

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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Quem-ama-vacina/noticia/2021/11/por-que-vacinas-sao-seguras-e-eficientes.html

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