O cantor Murilo Huff, ex-companheiro da cantora e compositora Marília Mendonça, se pronunciou em seus stories no Instagram lamentando profundamente a morte da mãe de seu filho, Léo, de apenas 1 ano e 10 meses. "Eu ainda não tenho palavras que consigam expressar a dor que eu sinto no meu peito agora, mas passo aqui para agradecer a todas as mensagens de apoio e preocupação comigo e com Léo, e para pedir a oração de vocês por nossa família, e pela família das demais vítimas. O Léo está bem graças a Deus".
A cantora Marília Mendonça, de 26 anos, e mais quatro pessoas morreram na tarde desta sexta-feira (5) depois da queda de um avião na serra de Caratinga, interior de Minas Gerais. Há exatos dois anos, no dia 5 de novembro de 2019, ela comentou em uma rede social que preferiria não ter que fazer tantas viagens de avião. “Cada um nas suas dificuldades, eu trocaria qualquer coisa para não ter que ficar pegando avião. Só para ficar pertinho da família”, publicou Marília no Twitter. “Mas, é isso! Somos mais fortes do que imaginamos!”. Na época da publicação ela estava no final da gestação de seu primeiro filho, Léo, atualmente com 1 ano.
Nesta sexta (5), a assessoria confirmou a morte da cantora em um acidente aéreo. "Com imenso pesar, confirmamos a morte da cantora Marília Mendonça, seu produtor Henrique Ribeiro, seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, do piloto e copiloto do avião, os quais iremos preservar os nomes neste momento. O avião decolou de Goiânia com destino a Caratinga/MG, onde Marília teria uma apresentação esta noite", informou a assessoria da cantora em nota.
Marília Mendonça deixa o filho Léo, de 1 ano, fruto de seu relacionamento com o cantor Murilo Huff. Nas redes sociais, além de falar sobre seu trabalho, ela costumava compartilhar o dia a dia com o filho e demonstrar seu amor pelo menino.
O velório da cantora será este sábado (6), no Ginásio Goiânia Arena, das 13h às 16 horas. Já o sepultamento contará apenas com familiares.
Perder alguém querido nunca é fácil nem para os adultos e nem para as crianças. Muitas famílias simplesmente não tocam no assunto com os pequenos, por medo de eles não terem estrutura para aguentar o baque. Há quem não comente ou ainda quem invente histórias fantasiosas, pois acreditam que essa é uma maneira de amenizar a dor. A psicóloga Isabela Hispagnol, especialista em luto e co-fundadora do site One Life Alive, explica que essas atitudes, no entanto, podem atrapalhar o processo do luto. "Alguém de confiança da criança deve ser encarregado de tocar no assunto e as informações devem ser claras, simples e honestas", diz.
A assessora familiar e especialista em cuidados infantis Mariana Zanotto, de São Paulo, conta que, quando um familiar já está muito doente, os responsáveis pela criança podem começar a conversar com ela, acolhendo seus medos e dúvidas. “Deve-se falar abertamente com a criança sobre os sentimentos e a dor coletiva daquela perda, sempre com muita cautela para não depositar as carências pessoais sobre a criança”, orienta.
Respostas simples e objetivas, sempre com muito carinho
O primeiro passo é avaliar se a criança já sabe algo a respeito da morte e, a partir daí, oferecer informações e responder as dúvidas que surgirem. É muito importante ser honesto e criar uma atmosfera de conforto e abertura para que a criança faça as perguntas necessárias, sempre ouvindo também o que ela tem a dizer. “Ao perguntar se aquele familiar doente vai morrer, talvez a criança não queira ouvir uma resposta genérica, como “todos vamos morrer um dia”. Por mais aterrorizante que possa parecer, as crianças são fortes e podem ouvir o necessário para sua idade, afinal, já lidam com a morte, mesmo que os adultos não percebam: elas veem aves, insetos e animais mortos, por exemplo, seja na vida real ou em desenhos”, lembra a psicoterapeuta infantil e mestre em psicologia Mônica Pessanha, de São Paulo, que lida com essa realidade em seu consultório. E lembre-se: crianças são ótimas observadoras, elas reparam tudo. Assim, quando o adulto evita falar sobre a morte, mesmo que a criança já tenha notado algo diferente, ela pode entender que trata-se de um “assunto proibido”, o que não ajuda em nada a resolver os conflitos internos dela ou acolhê-la da melhor forma.
RESPEITE A IDADE DA CRIANÇA
Menores de 2 anos
Elas ainda não compreendem a morte, mas já reagem à separação de pessoas importantes para elas. Conversar com a criança, explicar que aquela pessoa não está mais lá e acolhê-la, com paciência, é importante. “Nestes momentos, é importante evitar abordagens muito lúdicas, pois isso não permite a compreensão da criança em relação ao verdadeiro significado da morte, e pode gerar medos, ansiedades e outros questionamentos irrealistas”, lembra Mariana Zanotto.
Crianças de 2 a 5 anos
Mesmo as crianças que são um pouco maiores, ainda não compreendem metáforas sobre a morte. Por isso, frases como: fulano “foi embora” ou “dormiu”, podem deixá-las confusas sem saber ao certo o que, de fato, aconteceu. “Conte que a pessoa morreu, explicando o que aconteceu e por que. Responda também o que a criança perguntar”, aconselha Isabela. Nada impede que você diga, de acordo com suas crenças, o que acontece com a pessoa quando ela morre. Mas é essencial garantir que a criança entenda que aquela pessoa não estará mais fisicamente presente. Dizer que você também se sente triste e tem saudades ajuda a acolher os sentimentos da criança. Pode ser que, em um primeiro momento, a criança não entenda o que significa morrer. Por isso, cabe ao adulto de confiança repetir várias vezes a mesma história. “Para amenizar a dor e a saudade, vale lembrar o que a pessoa fazia e que a deixava feliz”, diz a especialista. Também vale assegurar que a criança não se sinta culpada pelo que acontece. Ao perder alguém que era sua referência de vida,ela precisa se sentir amada, segura e acolhida.
Crianças de 6 a 9 anos
Mais do que saber que a pessoa morreu e não estará mais fisicamente presente, crianças dessa idade podem precisar de explicações mais detalhadas sobre o que aconteceu. É importante que essas questões possam ser respondidas com informações verdadeiras. Podem surgir questionamentos do tipo: a pessoa agora vai ficar sozinha? Ela vai sentir frio ou fome? Explique que o corpo de quem morre não é igual ao de quem está vivo, pois, ao morrer, não se sente mais nada. “Vale também aceitar e acolher sentimentos de raiva, tristeza e medo, mantendo a comunicação aberta, de forma que a criança se sinta valorizada e incluída", diz Isabela.
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