Todo mundo já ouviu falar dos benefícios dos probióticos (bactérias benéficas que vivem no intestino e beneficiam a flora intestinal), certo? Normalmente, eles são encontrados no leite, iogurtes e suplementos alimentares. Mas agora cientistas do Wake Forest Baptist Medical Center (EUA) desenvolveram um "coquetel" com esses micro-organismos a partir de um material inusitado: o cocô presente na fralda dos bebês. Isso mesmo!
A boa notícia é que esses probióticos podem aumentar a capacidade do organismo de produzir ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs, em inglês), importantes para o sistema digestivo. "Pessoas com diabetes, obesidade, doenças autoimunes e câncer frequentemente têm menos SCFAs. Aumentar a presença deles ali pode ser útil para manter ou restaurar a flora intestinal e, quem sabe, melhorar a saúde de modo geral", diz o professor de medicina molecular Hariom Yadav, autor da pesquisa. O estudo foi publicado recentemente na Scientific Reports, uma publicação da revista Nature.
O objetivo do experimento foi analisar os efeitos das cepas de probióticos derivadas de amostras de fezes humanas. "Os bebês normalmente são muito saudáveis e não sofrem os efeitos de doenças relacionadas à idade, como diabetes e câncer. E, claro, o cocô deles é fácil de ser encontrado", completou o pesquisador. O material coletado foi, então, testado em ratos - com resultados positivos. As doses de probióticos produzidas a partir deles ajudou a equilibrar a microbiota e a aumentar a produção dos SCFAs no intestino dos animais.
"Este trabalho mostra evidências de que os probióticos de origem animal podem ser explorados em tratamentos para doenças associadas ao desequilíbrio da microbiota intestinal em humanos, decorrentes da baixa produção de SCFAs no intestino", disse Yadav. E como o próprio cientista reforçou, material para a pesquisa não vai faltar!
Fonte: Science Daily
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