"Esta manhã, enquanto eu andava pelo shopping com Nylah (que não vestia nada além da fralda), os olhares para nós eram constantes e pareciam seguir nosso rastro onde quer que fôssemos, assim como o cheiro que entregava que ela tinha vomitado há pouco tempo.
Eu fiquei me sentindo como um cachorrinho envergonhado com o rabo entre as pernas, tentando não fazer contato visual com ninguém, e repetindo repetidamente a frase 'ok, querida, vamos colocar roupas limpas em você'. (...) Fiquei constrangida porque, afinal, a regra nº 1 do manual de passeios com o bebê é 'sempre tenha uma muda de roupa'. Mas eu falhei.
Enquanto eu rapidamente corria pelos corredores procurando por algo (barato) e decente o suficiente para usarmos de novo, eu era constantemente julgada. Eu quase podia ver os pensamentos das pessoas como uma nuvem pairando acima de suas cabeças, com a questão principal sendo "por que ela não está vestida?".
Claro que também podemos olhar pelo lado positivo ... De alguma forma, eu consegui sobreviver a 18 meses sem passar por isso e, no fim das contas, comprei uma roupa super fofa para a Nylah que ela não teria se isso não tivesse acontecido. A realidade é que eu provavelmente deveria ter me planejado melhor, afinal, sou mãe de duas crianças e já estou há quatro anos na jornada da maternidade. Mas não posso deixar de pensar em como os seres humanos são julgadores.
O que eu percebi é que você nunca pode realmente julgar qualquer situação/pessoa, se você não sabe absolutamente nada sobre ela.
Aquele garoto andando sem sapatos? Talvez ele simplesmente os tenha jogado pela janela antes de chegar às lojas e sua mãe esteja a caminho para comprar um novo par.
A mãe que está mexendo em seu celular enquanto seu filho está no parquinho? Talvez ela esteja fechando um negócio importante, ou talvez esteja pagando contas, ou simplesmente tentando conversar com um amigo enquanto se sente solitária na jornada da maternidade.
(...)
Ou no meu caso de hoje - o bebê que vomitou nas suas próprias roupas, a mãe não conseguiu arrumar uma troca de roupa, simplesmente porque ela nunca precisou de uma muda de roupa antes. Lição aprendida!
Como diz o ditado - você não deve julgar uma pessoa até 'calçar os sapatos dela'. Eu não sei vocês, mas eu não gosto muito de sapatos e muito menos de dividí-los, então eu vou deixar isso para lá e prometer não julgar ninguém, nunca."
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