O número de famílias que escolhe educar as crianças em casa, fora do ambiente escolar, mais que dobrou em dois anos. De acordo com a Aned (Associação Nacional de Educação Domiciliar), em 2016, eram 3,2 mil famílias identificadas nesse modelo de ensino. Em 2018, o número chega a 7,5 mil. A estimativa, segundo a associação, é de que, na realidade, esse número chegue a 15 mil atualmente, ao considerar os casos não reportados. No entanto, o homeschooling ainda não constitucional no Brasil. E é esse assunto que entra em pauta nesta quinta-feira (30) no Superior Tribunal Federal (STF).
O tema aguarda, desde 2015, uma determinação da Corte. Enquanto alguns pais defendem o direito de educar as crianças em casa, o Poder Público defende a obrigatoriedade da matrícula e a frequência escolar de crianças e adolescentes.
Para especialistas que são contra o homeschooling, o problema desse sistema não se reduz apenas à perda de conteúdo. Eles defendem que estudar em casa tira da criança a chance de aprender com a diversidade e com as experiências da convivência em grupo, além de afetar seu desenvolvimento cultural, afetivo e até cognitivo. Por outro lado, os pais que defendem a prática alegam querer oferecer uma educação “mais completa” para seus filhos, já que consideram as escolas despreparadas e pouco atenciosas com as crianças. Em casa, as crianças não ficam sem suporte: elas seguem um roteiro definido, com uso de apostilas e livros baseados no currículo formal escolar, mas a metodologia é diferente - e exige mais disciplina. Esses pais e mães defendem, ainda, que a socialização das crianças é mais natural quando elas escolhem seus grupos espontaneamente - e não apenas pelo fato de estudarem no mesmo local. A rotina também é complementada com atividades extracurriculares.
Há ainda outras duas correntes, bem diferentes: o worldschooling e o unschooling ou desescolarização.
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