O ano era 2014. O mês era março. Éramos só eu, Rony e Nick.
Uma encomenda muito especial! Assim foi o meu pedido. Definitivamente, uma surpresa. Na minha parede rosa bordô, eu queria um registro de família. Presente de aniversário para o marido. Sou dessas. Vivo de encantar e acredito em pequenas demonstrações, fundamentais para a tal chama do casamento.
+ Vitória Frate: “Não conseguíamos entender a diferença entre cueiro, fralda e pano de boca”
Vitória e Pedro, então, chegaram lá em casa. Vitória Frate e Pedro Neschling. Para o Nick, Gogó. Coisas de um garotinho de 1 ano e 4 meses que começava a aprender as suas primeiras palavras. Achávamos graça.
Generosos, rápidos e com uma mistura de talento e perfeição. Foram doze horas de exigência, arte, amizade e amor para presentear um casal de amigos em sua parede rosa. Vitória ilustrava e Pedro ajudava. Sintonia fina de casal.
Para mim, era decoração. Para Vitória era reconstrução de uma carreira. E assim seguimos tagarelando durante todo o processo. O assunto "filhos" aina era algo distante para eles. Para mim, era respiração, agitação, intenção de pelo menos mais uns três.
Aí está o "x" da questão. Separados pela motivação de quem queria produzir arte independente e de alguém que queria congelar o tempo.
Voilá! Agora tínhamos um mural para chamar de nosso. Eu e Rony posados e Nick pendurado em um balanço. Esse era o registro perfeito para o momento e para aquele cantinho especial da casa.
Hoje me questiono por que não encomendei a baita surpresa em uma moldura ou chassi... Pois pisquei e surgiram tão logo Tom e Chiara por aqui. E o tal mural, junto da parede rosa, ficou por lá. No apartamento. Aquele em que nossa grande família não cabe mais.
E o casal de amigos, que dizia que filhos era um plano distante, prende a respiração. Também quer congelar o tempo. Transborda de amor. Quer arte e mais... Carolina chegou há um ano. Surra de amor por lá e mais inspiração, com certeza. Agora Vitória e Pedro fazem parte do fantástico mundo da paternidade/maternidade.
Ser mãe nos dá a chance de mostrar nossa melhor versão.
O quarto da Carolina reflete os vôos - mais altos do que nunca - de seus pais. Sorte a deles que tudo ficou na moldura. No Brasil ou em qualquer lugar do mundo, as obras de Vitória, vão na mala.
+ O quarto de Francisco, Laura e Sol, na casa de Preta Gil
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