O pai e mecânico Peter Rhyme Watfa, 33, de Sydney, na Austrália, foi condenado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) após a morte de seu filho, de 11 meses. O pai dirigia com o menino no colo quando houve um acidente de carro. O caso aconteceu em fevereiro de 2019 e o julgamento foi na última quinta-feira (4).
De acordo com o Daily Mail, Peter contou, durante o julgamento, que fazia uma curva para entrar em uma farmácia quando outro motorista bateu na traseira de seu carro, fazendo o airbag ser acionado. O pai tentou argumentar que o bebê estava em sua cadeirinha, no banco de trás.
Evidências mostraram, no entanto, que a criança estava a centímetros de distância do volante quando o airbag foi disparado. O DNA do pequeno foi encontrado no airbag e um ferimento em seu lado direito do rosto lembrava o logotipo da BMW (carro utilizado pelo pai), colado na frente do volante. Ainda segundo o site de notícias, testemunhas relataram, durante a sessão, que viram Peter sair do carro com o filho no colo segundos depois do acidente.
Após as deliberações, o júri considerou o pai culpado e o infrator perdeu a oportunidade de ser liberado mediante pagamento de fiança. Neste ano, Peter já havia sido preso, acusado de vender metanfetamina, e liberado com fiança. “O histórico criminal de Watfa inclui violência, perseguição policial e delitos de direção desqualificados. O agressor não é alguém que vem perante o tribunal com um histórico imaculado”, afirmou a juíza Tanya Smith.
O advogado de Peter, Daniel Petrushnko, disse que o júri deveria ter levado em consideração quando o seu cliente afirmou que o bebê estava na cadeirinha. O pai argumentou, ainda, que "não havia motivo" para ele dirigir com o menino no colo e rejeitou as evidências de especialistas que indicaram que os ferimentos encontrados no bebê comprovavam que ele estaria em frente ao volante no momento do acidente.
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O jurí considerou que “as ações do pai ficaram tão aquém do cuidado razoável que representam negligência criminosa”, e Peter foi condenado por homicídio culposo.
De acordo com a ONG Criança Segura, acidentes são a principal causa de morte de crianças de 1 a 14 anos no Brasil. Por ano, mais de 3.300 meninas e meninos morrem por esse motivo e outras 112 mil crianças são internadas em estado grave. Os acidentes de trânsito envolvendo crianças estão no topo desta lista e têm prevalência quando elas estão na condição de ocupantes de veículos e, em seguida, quando são pedestres e sofrem atropelamentos. Esse tipo de acidente é a principal causa de morte de crianças de 5 a 14 anos no país.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde que o uso da cadeirinha se tornou obrigatório no Brasil, houve uma redução de 12,5% no número de mortes de crianças de 0 a 9 anos no trânsito.
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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Educacao-Comportamento/noticia/2021/11/pai-que-dirigia-com-bebe-no-colo-e-condenado-apos-morte-da-crianca-em-acidente-de-carro.html