Depois de anunciar, na última sexta-feira (05) que faria um novo pedido à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a autorização do uso da CoronaVac entre crianças e adolescentes, o Instituto Butantan divulgou nesta terça-feira (09) que o imunizante contra a covid-19 produzido em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac é seguro para a faixa etária dos 3 aos 17 anos.
A afirmação veio a partir de resultados preliminares de uma pesquisa que está sendo conduzida pela Sinovac na África do Sul, Chile, Malásia e Filipinas. Desde outubro de 2021, 2.140 jovens de 6 meses a 17 anos estão envolvidos no estudo, cujos dados de ensaios clínicos de fase 3 apontam a segurança da vacina entre os participantes saudáveis entre 3 a 17 anos. Para bebês e crianças abaixo dessa idade, o trabalho ainda segue em andamento.
Os primeiros achados da pesquisa apontam que a incidência de reações adversas após a segunda dose da CoronaVac foi muito menor do que na aplicação da primeira dose. E, ainda assim, não foram relatados efeitos colaterais graves suspeitos e inesperados. Apenas dor no local da injeção, dor de cabeça e febre estiveram entre os sintomas apresentados pelos participantes.
Segundo o Butantan, o ensaio é multicêntrico (realizado por vários centros de pesquisa ao mesmo tempo), randomizado (com os integrantes escolhidos de forma aleatória), controlado por placebo (parte dos voluntários recebe vacina, enquanto em outra é aplicada uma substância sem efeito) e duplo-cego (quando nem os voluntários nem aplicadores sabem se estão recebendo dose da vacina ou do placebo).
Vários países já aprovaram o uso da CoronaVac para crianças e adolescentes de 3 a 17 anos, incluindo Equador, El Salvador, Colômbia, Camboja, Indonésia e Chile, onde a vacina foi autorizada para os pequenos acima de 6 anos desde setembro. De acordo com o Butantan, na China, mais de 110 milhões de doses do imunizante foram aplicadas em menores de 18 anos até o final do mês de outubro.
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Atualmente, no Brasil, apenas a vacina da Pfizer pode ser utilizada e somente entre adolescentes de 12 a 18 anos. Para os mais novos, nenhum imunizante contra o novo coronavírus foi aprovado até o momento. A Pfizer, porém, já tem um pedido na Anvisa para a liberação do imunizante para crianças de 5 a 11 anos, que aguarda avaliação da agência.
Nos Estados Unidos, crianças a partir de 5 anos estão recebendo a vacina da Pfizer contra a covid-19 desde o início do mês de novembro.
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