Ele é um dos maiores influenciadores de futebol do Brasil, com mais de 8 milhões de seguidores somente no Instagram. Mas fora das redes, o jornalista Fred, 32 anos, que já entrevistou personalidades como a jogadora Marta e o português Cristiano Ronaldo, curte um dos momentos mais especiais da vida: a chegada do primeiro filho, Cris, fruto do relacionamento com a empresária e também influenciadora digital Bianca Andrade, e que acabou de completar três meses de vida.
Fred alcançou a fama através dos vídeos no canal Desimpedidos e, principalmente, com o quadro "Desafio do Fred", no quala convida estrelas do esporte e personalidades para diversos desafios de falta e dribles. O paulista Bruno, seu nome de batismo, da Vila Santa Catarina, na Zona Sul de São Paulo, já foi balconista de padaria, vendedor de doces, gandula de tênis e até figurante, mas cursou jornalismo para poder trabalhar com sua paixão: o esporte. Foi quando tornou-se "Fred", apelido que surgiu por sua semelhança com o centroavante do Fluminense.
Fred disse que quer dar liberdade para que o filho seja quem ele quiser, tenha seus próprios gostos e personalidade, mas, é claro, admitiu que ficaria muito feliz se ele também for fã de futebol. "Outro dia estávamos eu, meu pai e ele assistindo a um jogo de futebol e é algo que eu sempre sonhei. Mas não vai ser uma pressão: se eu perceber que ele não gosta, isso não vai ser problema nenhum pra mim", disse, com exclusividade à CRESCER.
Confira, abaixo, a entrevista completa!
CRESCER: Como foi a experiência do parto para você?
Fred: Foi uma das experiências mais incríveis da minha vida. Acho que foi a maior conexão que eu estabeleci com uma pessoa e, no fim do processo, com duas (risos). Nos preparamos bastante para esse momento. Principalmente a Bianca, que fez fisioterapia, cuidou da alimentação e da ingestão de líquido, que é muito importante. Assistimos a muitos vídeos sobre partos, pois sabíamos que era um momento bem difícil, é um processo bem trabalhoso. Depende de muita preparação e muita conexão dos pais. Parte dos pais não tem tanto envolvimento, mas eu sabia que era um momento único na minha vida, mesmo que eu tenha outro filho, foi muito especial. Então, eu quis dar tudo de mim porque minha prioridade era cuidar da Bianca e ajudar para que o parto ocorresse da melhor forma possível. Depois que a gente postou a foto com o Cris até surgiram alguns memes, dizendo que parecia que ele tinha saído de mim, porque eu estava bem desgastado. Mas faria tudo de novo!
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CRESCER: Você já disse que "pai que ajuda, já era". Explica para a gente?
F: O pai que eu estou tentando ser para o meu filho é o que tenta ficar com ele o máximo de tempo possível. A maioria dos pais usa o termo “ajudar” como obrigação. Comigo é ao contrário. Eu não quero perder nenhuma parte da evolução do meu filho. Fazer parte de todos esses momentos é tudo o que eu mais quero na minha vida. Quero apresentar novas coisas para ele, quero estar junto em novas experiências. Recentemente, a gente nadou pela primeira vez na piscina e a cara de satisfação dele, a feição de curiosidade dele, e isso ter sido proporcionado por mim é algo impagável! É como eu falei com a Bianca antes mesmo dele nascer: temos uma oportunidade muito grande de entender a vida, criar uma vida do zero. É muito prazeroso e gratificante.
CRESCER: Você tem mais de 8 milhões de seguidores em uma rede social. Após a chegada do Cris, passou a trocar informações também sobre a paternidade?
F: Sem dúvida. Nas redes, a Bianca fez uma série bem legal chamada “Mãe na Real”, que traz vários depoimentos meus ali, falando sobre paternidade, sobre a mudança da cultura do pai moderno, do pensamento que a gente tem que ter. Na criação machista, achamos que a mulher tem que resolver tudo, mas não é assim. Os problemas têm que ser compartilhados. Quando fui para Fortaleza, conheci um homem que também será pai e ele disse que não tinha coragem de estar no parto, que tinha medo de desmaiar e várias outras bobeiras que os homens colocam na cabeça. Eu penso diferente. Para mim, quem não teve a oportunidade de ver o parto do próprio filho perdeu um momento único na vida. Depois, esse pai me contou que mudou de opinião ao assistir meu depoimento. Agora, ele está se preparando para o parto. Então, para mim, isso traz uma satisfação incrível.
CRESCER: A procupação com a exposição na internet mudou com o nascimento do seu filho?
F: Acho que não mudou não. Claro que nos planejamos antes, pensamos juntos. Alguns pais já fazem o perfil da criança no Instagram e não somos contra. Mas Bianca e eu estamos mais preocupados em viver o momento e não tanto em postar. Então, criar um perfil para o Cris, por exemplo, seria mais uma coisa que a gente teria que cuidar. Estamos vivemos e, se der, a gente posta. Quanto à "cultura do ódio", sabemos que existe muita injustiça na internet, mas acreditamos que tudo o que fazemos é para o nosso bem e para o bem das pessoas que nos amam. Então, sempre focamos nas pessoas que admiram nosso trabalho e não nas que não gostam. Porque vamos gastar nosso tempo com quem não gosta se tem milhares de pessoas que gostam? Então, com certeza, se o Cris, daqui a alguns bons anos, quiser trabalhar com internet, vamos passar isso para ele: faça as coisas pelo bem, com os princípios que herdamos das nossas famílias e que agora passamos para ele.
CRESCER: Para você, quais são os desafios de educar e criar um menino na sociedade atual?
F: Eu acho que essas lutas sociais já estão muito presentes no nosso dia a dia. Bianca e eu conversamos muito sobre várias causas porque temos voz, temos o poder de influenciar pessoas. Então, precisamos ter o maior número de informações possível para nos posicionarmos com mais propriedade quando quisermos ou nos perguntarem. É algo que vai entrar muito naturalmente na vida do Cris porque já acontece em casa. E mais: quando ele entender mais sobre o mundo, já terão outras lutas. É uma prática constante. Queremos estar em constante mudança. Sabemos que ele vai aprender muito com a gente e nós vamos aprender muito com ele. Ficamos até ansiosos para isso, para construirmos juntos.
CRESCER: Tem novos projetos profissionais para o futuro?
F: Sim. Eu sou inquieto nesse aspecto e acho que isso me ajudou demais a chegar onde cheguei. Em 2022, o foco maior será a Copa do Mundo, será um ano muito representativo para quem trabalha com futebol. Então, atualmente, estou trabalhando com os projetos de Copa do Mundo que estamos desenvolvendo com o Desimpedidos. Agora, eu tenho o cargo de head de inovação da nwb e estamos desenvolvendo cada vez mais a nossa produtora, em parceria com o grupo SBF. Tem muita coisa por vir. Também quero trabalhar na televisão aberta, seja com esporte ou com entretenimento. Mas agora tenho que gerenciar meus projetos profissionais pensando também no meu filho. Durante muito tempo, minha vida profissional foi prioridade. Agora, é diferente. Eu ainda amo o que eu faço, gosto de trabalhar, mas hoje meu filho é um fator decisivo.
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CRESCER: Você é um apaixonado por futebol. Será que o pequeno também vai se interessar?
F: Eu acho que a chance de o Cris gostar de futebol é grande. Porque, além de trabalhar com o esporte, eu consumo muito futebol em casa. Acho que assistir aos jogos e tudo mais, vai ser um momento muito meu e dele. Eu vivi isso com o meu pai e hoje sou muito grato por ele ter colocado o futebol da minha vida, porque é meu sustento. Eu tenho uma carreira graças ao futebol. Outro dia, estávamos eu, meu pai e ele assistindo a um jogo de futebol, e é algo que eu sempre sonhei. Mas não vai ser uma pressão: se eu perceber que ele não gosta, não vai ser problema pra mim. Inclusive Bianca e eu já conversamos sobre isso. A gente gostaria muito que ele fosse adepto de algum esporte, mas muito pelo espírito de equipe, por fazer bem à saúde, mas não precisa ser o futebol.
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Educacao-Comportamento/noticia/2021/11/maioria-dos-pais-usa-o-termo-ajudar-como-obrigacao-comigo-e-ao-contrario-diz-fred.html