Monday, November 15, 2021

Thaís Vilarinho: "Precisamos falar sobre depressão pós-parto"

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Já passou da hora de colocar esse assunto em foco, grifá-lo com marca-texto neon e enfeitá-lo com luzinhas pisca-pisca: depressão pós-parto (DPP). Você sabia que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela pode atingir de 10 a 20% das puérperas? Além disso, em países de baixa renda, a média de casos da doença é de 19,8%.

Medicamento age rapidamente contra sintomas da depressão pós-parto (Foto: Pexels)

 

No Brasil, uma em cada quatro puérperas apresenta os sintomas da depressão pós-parto, mais especificamente 26,3% delas. Um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, associada à Fundação Oswaldo Cruz, chegou a essa conclusão, em 2016. Foram entrevistadas 23.896 mães, entre os seis e os 18 meses após dar à luz.

Hoje, eu sei que tive DPP. Na época, achava que não era. Afinal, eu queria cuidar do meu bebê o tempo todo. Tinha um lance de superproteção. Naquele tempo, falavam que DPP era só quando a mãe não criava vínculo com o filho. Por isso, achei que era baby blues, mesmo os sintomas persistindo muito, muito além dos 30 dias. Fico pensando quanto tempo sofri à toa. Como teria sido mais leve e bem menos solitário se eu soubesse que poderia estar com DPP. Certamente eu teria buscado apoio profissional.

Não jogue para debaixo do tapete as emoções que te dominam”
Thais Vilarinho

O problema é que o baby blues acaba mascarando a DPP porque ambos estão relacionados com tristeza, choro, cansaço e insegurança, exatamente na mesma fase: puerpério. Porém, há alguns pontos que podem ajudar a diferenciá-los. O baby blues é causado por uma descarga de hormônios quando o bebê nasce. Dura de 15 a, no máximo, 30 dias e vai embora. É como se fosse uma TPM (tensão pré-menstrual) em doses cavalares. A mãe consegue fazer o que tem de ser feito. Cuida do bebê, cria conexão, mas, no fim do dia, sente com mais intensidade os sintomas. Porque, naquele momento, bate o cansaço, mais uma madrugada com privação de sono vem chegando, fora a questão hormonal (queda de produção de cortisol) nesse período.

Ao contrário do blues, na maioria dos casos de DPP a mãe não tem vontade de realizar suas funções, não deseja estabelecer vínculo com o bebê e sente muita tristeza. Mas em alguns casos (como no meu) fica superprotetora, e não deixa ninguém ajudar. Na DPP, a intensidade dos sintomas é mais forte e dura mais tempo.

 

Se você, por acaso, está se sentindo assim, por favor, não se culpe. Não camufle as lágrimas. Não jogue para debaixo do tapete as emoções que te dominam. Pelo amor de Deus, não! Se você fizer isso, tudo vai virar uma grande bola de neve. Procurar ajuda profissional para superar essa fase não é fraqueza, bobagem, coisa de gente “doida”. NÃO É! É sinal de força. Fazer terapia com um bom profissional pode tirar uma tonelada de cima das suas costas (e da cabeça). E não tem contraindicação alguma.

Se, por acaso, você se sente assim, o que está esperando? Tenho certeza de que a ajuda profissional (além de se abrir com a família) é a única coisa que vai ajudar a fazer a angústia passar. Não deixe abafar o que dói e pode precisar de tratamento para melhorar. Depressão pós-parto é coisa séria. Se cuide e deixe que cuidem de você!

 Thaís Vilarinho é fonoaudióloga e escritora. É mãe do Matheus, 13, e do Thomás, 10. Autora dos livros Mãe Fora da Caixa, Mãe recém-nascida e do infantil Deixa eu te contar... (Foto: Arquivo pessoal)

 



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Gravidez/Pos-parto/noticia/2021/11/thais-vilarinho-precisamos-falar-sobre-depressao-pos-parto.html

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