Uma jovem mãe que deu à luz em coma após contrair covid durante a gestação finalmente pôde pegar a filha nos braços pela primeira vez quase um mês depois do nascimento da pequena. Saskia Lane, de 21 anos, de West Sussex, Reino Unido, foi internada em uma unidade de tratamento intensivo no oitavo mês de gravidez, depois de apresentar dificuldades para respirar.
Ao chegar no hospital, a jovem foi diagnosticada com covid e os médicos decidiram realizar uma cesariana de emergência no início de setembro para que o corpo de Saskia tivesse mais chances de se recuperar sem a gravidez. Depois do parto da filha, porém, a jovem, que estava em condição crítica, foi mantida em coma induzido para aumentar as suas chances de sobreviver. Já a pequena Betsy Mae Blackman, apesar da prematuridade, nasceu saudável com 2,4 kg.
Depois de um mês em coma induzido, Saskia foi acordada no começo de outubro e pôde pegar a filha, Betsy, nos braços pela primeira vez. Em entrevista ao Daily Mail, a mãe de Saskia, Becky Knight, 41 anos, explicou: “Saskia foi diagnosticada com diabetes gestacional e decidiu não tomar a vacina porque estava com medo de efeitos colaterais que poderiam afetar o bebê. Eu a incentivei a tomar a vacina, mas, infelizmente, ela só aceitou tomar a primeira dose quando já estava com covid, sem saber, e então não foi eficaz”.
De acordo com a mãe, Saskia se sentiu exausta e cansada no começo e, depois, apresentou dificuldades para respirar. “No hospital, decidiram interná-la na UTI e fazer a cesárea de emergência para que ela pudesse descansar e recuperar nas melhores condições possíveis”, disse Becky. “Ficamos absolutamente arrasados - não podíamos visitá-la porque ela estava com Covid e ela só conheceu a filha semanas depois do parto. Quando Saskia finalmente acordou, estava extremamente confusa e não entendia o que havia acontecido. Eu assegurei a ela que Betsy estava bem e saudável e foi então que ela conheceu a filha pela primeira vez”.
Becky conta que a filha enfrentou graves complicações por causa da covid, como o colapso de um dos pulmões, o que prejudicou a respiração e uma infecção generalizada. “Colocaram seis drenos nos pulmões da Saskia para ajudá-la a respirar e ela precisou fazer uma traqueostomia. Ela está com medo de voltar para casa porque não quer pegar covid de novo. Essa experiência a deixou traumatizada e ela está com depressão pós-parto, o que também requer cuidados especiais. Apesar disso, ela decidiu compartilhar sua história e pediu minha ajuda porque quer encorajar todos a tomar a vacina assim que possível”, afirmou Becky.
O vice-presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri, destaca que não há evidências de que a vacinação de gestantes traga qualquer malefício. "Já temos muitas gestantes vacinadas, especialmente nos Estados Unidos, mostrando que essas mulheres, comparando com grávidas não vacinadas, não tiveram maior incidência de malformações nos bebês, parto prematuro ou mesmo o abortamento. Não houve nenhuma mudança no perfil das gestações", afirma.
O infectologista Max Igor também ressalta a segurança das vacinas. "Ela não causa uma resposta inflamatória tão alta. O sistema imune das pessoas é feito para produzir anticorpos contra várias coisas. Isso não é algo que faça mal ao bebê. De toda forma, evita-se aplicar a vacina nos primeiros três meses, porque é o período de embriogênese, formação dos órgãos", explica.
O especialista lembra que a própria covid-19 é extremamente perigosa para as grávidas, trazendo diversas complicações, entre elas o aumento do risco de trombose, por exemplo. "Por provocar alterações da coagulação, a covid-19 pode causar uma limitação da atividade da placenta, podendo levar ao parto prematuro ou abortamento". Ou seja, ele reforça que a doença é um risco muito maior para a gestante.
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