Um estudo realizado no Japão aponta que quase 100% das gotículas de ar liberadas por pacientes com coronavírus - ainda que minúsculas - conseguem ultrapassar os protetores faciais de plástico, ou face shields. A pesquisa foi feita por meio de uma simulação, usando computadores.
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De acordo com o estudo, os protetores faciais são capazes de bloquear o movimento inicial das gotículas exaladas, mas as gotas que ficam soltas no ar são capazes de se mover em torno da viseira com relativa facilidade.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que os protetores faciais podem ajudar a prevenir o vírus, mas orienta que seu uso seja combinado com outras medidas de segurança, como máscara, distanciamento social e lavagem frequente das mãos. Isso é necessário porque as proteções faciais não cobrem completamente o rosto, deixando espaço para que as gotículas expelidas pela boca e nariz escapem.
"'A julgar pelos resultados da simulação, infelizmente a eficácia dos protetores faciais para evitar que as gotas se espalhem da boca de uma pessoa infectada é limitada em comparação com as máscaras", disse Makoto Tsubokura, líder da equipe do estudo, ao The Guardian.
O especialista acrescenta que pessoas que foram aconselhadas a não usar máscaras - como aquelas com problemas respiratórios ou crianças pequenas - poderiam usar protetores faciais, mas apenas em ambientes externos ou internos com ventilação adequada.
A OMS afirma que o vírus que causa a covid-19 é transmitido principalmente entre as pessoas por meio de gotículas respiratórias, que saem das vias aéreas quando as pessoas respiram. As gotículas, que contêm saliva, muco e outras substâncias das vias aéreas, incluindo vírus, percorrem distâncias curtas antes de cair no chão, razão pela qual o distanciamento social é tão crucial. Essas gotículas, que podem transportar vírus, podem cair diretamente no nariz ou na boca de outra pessoa, se não houver uma proteção adequada, ou caem e pousam em superfícies, onde podem sobreviver por até três dias. O vírus também pode permanecer no ar por longos períodos, o que significa que a transmissão pode ocorrer quando a pessoa doente deixa o ambiente.
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