Uma mulher de Idaho, nos Estados Unidos, concordou em ser a barriga de aluguel de um casal, mas não imaginava que teria que cuidar do bebê por quase meio ano. Isso porque, dois meses antes do parto, o coronavírus se transformou em uma pandemia global, restringindo a maioria das viagens. Então, Emily Chrislip, 25 anos, e seu marido, Brandon, não conseguiram entregar a menina aos seus novos pais, que vivem na China. “No início, pensamos que seriam no máximo quatro semanas, mas depois foi ficando cada vez mais longo”, disse ela, em entrevista à People. "Mas não faríamos de outra forma. Ela é tão amada e, neste momento, somos sua família", completou.
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Emily decidiu se tornar barriga de aluguel em 2018. Depois de dar à luz seu filho Camden, ela resolveu ajudar outras pessoas a se tornarem mães. “Tenho visto parentes e amigos lutando contra a infertilidade e tentando engravidar, e meu marido e eu fomos abençoados por não termos problemas. Eu não poderia imaginar não ser capaz de ter meu próprio filho biológico, e minha gravidez e parto foram muito fáceis e descomplicados, então, decidimos começar a investir isso”, disse.
BARRIGA DE ALUGUEL
Então, em fevereiro de 2019, ela iniciou oficialmente o processo de barriga de aluguel e, em setembro do mesmo ano, Emily foi escolhida como substituta do casal da China, de acordo com a afiliada da ABC, KIVI-TV. “O plano inicial era que seus pais estivessem aqui para o parto. Eles ficariam na sala de parto para vê-la nascer e, então, eles teriam seu próprio quarto no hospital com ela, e meu marido e eu teríamos nosso próprio quarto. Na hora do nascimento, meu trabalho deveria ser concluído", conta.
Mas não foi o que aconteceu na prática. Como resultado da pandemia, os pais foram impedidos de ir aos Estados Unidos para conhecer seu bebê. “Eu acho que quando o presidente Trump decidiu fechar as fronteiras foi quando a realidade me atingiu e eu percebi que eles provavelmente não conseguiriam participar do parto”, lembra Emily.
O parto aconteceu em 18 de maio e, embora os Chrislips tivessem a opção de deixar o bebê com uma agência de babás, eles decidiram cuidar pessoalmente dela, a pedido dos pais biológicos. “Quando eles perguntaram, não fiquei muito surpresa. Brandon e eu conversamos muito sobre isso e também com nossa família. Eu não hesitei, mas Brandon não estava confortável no início. Mas decidimos, então, que a coisa certa a fazer era cuidarmos de dela", afirma.
O bebê já está com o casal há quatro meses. “Acho que foi mais fácil para mim do que para Brandon. Ele adora bebês e crianças e é um grande fofo. Eu tento manter algumas das minhas barreiras, mas não sei sobre Brandon. Nós, definitivamente, a amamos e sempre iremos cuidar dela, mas entendemos que ela não é nossa. Apenas a tratamos como se fosse nossa porque, nesta fase da vida, é muito importante ter a devida atenção e amor", completou.
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Enquanto os Chrislips esperam a chegada dos pais do bebê - data que ainda é desconhecida, pois a documentação ainda está pendente - ela diz: "Vamos continuar fazendo o que estamos fazendo no dia a dia e cuidar dela até que seus pais possam chegar aqui". E apesar dos desafios, Emily diz que a experiência lhe ensinou muitas lições. "Aprendi os limites da minha força mental e emocional. Sou uma planejadora em tudo que faço, e não ter um plano foi difícil no início. Mas aprendi a aceitar que o que será, será, e apenas viver o momento, um dia de cada vez", finalizou.
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