Tuesday, September 22, 2020

Mãe que fez barriga de aluguel deveria entregar bebê aos pais, mas já cuida dele há quatro meses, por conta da pandemia

Emily Chrislip com seu marido Brandon e seu filho (Foto: Breana Thomaz Photography/Reprodução People)

 

Uma mulher de Idaho, nos Estados Unidos, concordou em ser a barriga de aluguel de um casal, mas não imaginava que teria que cuidar do bebê por quase meio ano. Isso porque, dois meses antes do parto, o coronavírus se transformou em uma pandemia global, restringindo a maioria das viagens. Então, Emily Chrislip, 25 anos, e seu marido, Brandon, não conseguiram entregar a menina aos seus novos pais, que vivem na China. “No início, pensamos que seriam no máximo quatro semanas, mas depois foi ficando cada vez mais longo”, disse ela, em entrevista à People. "Mas não faríamos de outra forma. Ela é tão amada e, neste momento, somos sua família", completou.

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Emily decidiu se tornar barriga de aluguel em 2018. Depois de dar à luz seu filho Camden, ela resolveu ajudar outras pessoas a se tornarem mães. “Tenho visto parentes e amigos lutando contra a infertilidade e tentando engravidar, e meu marido e eu fomos abençoados por não termos problemas. Eu não poderia imaginar não ser capaz de ter meu próprio filho biológico, e minha gravidez e parto foram muito fáceis e descomplicados, então, decidimos começar a investir isso”, disse.

BARRIGA DE ALUGUEL

Então, em fevereiro de 2019, ela iniciou oficialmente o processo de barriga de aluguel e, em setembro do mesmo ano, Emily foi escolhida como substituta do casal da China, de acordo com a afiliada da ABC, KIVI-TV. “O plano inicial era que seus pais estivessem aqui para o parto. Eles ficariam na sala de parto para vê-la nascer e, então, eles teriam seu próprio quarto no hospital com ela, e meu marido e eu teríamos nosso próprio quarto. Na hora do nascimento, meu trabalho deveria ser concluído", conta. 

Mas não foi o que aconteceu na prática. Como resultado da pandemia, os pais foram impedidos de ir aos Estados Unidos para conhecer seu bebê. “Eu acho que quando o presidente Trump decidiu fechar as fronteiras foi quando a realidade me atingiu e eu percebi que eles provavelmente não conseguiriam participar do parto”, lembra Emily. 

O parto aconteceu em 18 de maio e, embora os Chrislips tivessem a opção de deixar o bebê com uma agência de babás, eles decidiram cuidar pessoalmente dela, a pedido dos pais biológicos. “Quando eles perguntaram, não fiquei muito surpresa. Brandon e eu conversamos muito sobre isso e também com nossa família. Eu não hesitei, mas Brandon não estava confortável no início. Mas decidimos, então, que a coisa certa a fazer era cuidarmos de dela", afirma.

O bebê já está com o casal há quatro meses. “Acho que foi mais fácil para mim do que para Brandon. Ele adora bebês e crianças e é um grande fofo. Eu tento manter algumas das minhas barreiras, mas não sei sobre Brandon. Nós, definitivamente, a amamos e sempre iremos cuidar dela, mas entendemos que ela não é nossa. Apenas a tratamos como se fosse nossa porque, nesta fase da vida, é muito importante ter a devida atenção e amor", completou.

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Enquanto os Chrislips esperam a chegada dos pais do bebê - data que ainda é desconhecida, pois a documentação ainda está pendente - ela diz: "Vamos continuar fazendo o que estamos fazendo no dia a dia e cuidar dela até que seus pais possam chegar aqui". E apesar dos desafios, Emily diz que a experiência lhe ensinou muitas lições. "Aprendi os limites da minha força mental e emocional. Sou uma planejadora em tudo que faço, e não ter um plano foi difícil no início. Mas aprendi a aceitar que o que será, será, e apenas viver o momento, um dia de cada vez", finalizou.



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