O Programa Nacional de Imunizações (PNI) brasileiro oferece gratuitamente 19 vacinas para mais de 40 doenças que são preveníveis.(1) A rede privada, por sua vez, complementa essa oferta por meio dos calendários das Sociedades Médicas, com vacinas que protegem não apenas crianças, mas também adolescentes, adultos, gestantes e idosos. (2, 3)
“O Brasil oferece um calendário que pouquíssimos países têm. No entanto, não adianta ter vacina sem vacinação. O país está sofrendo com a queda das coberturas, ano após ano. Em 2020, esse número despencou”, diz a infectologista Rosana Richtmann, integrante do comitê de Imunização da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e médica do Instituto Emílio Ribas. “É preocupante, pois estamos deixando de proteger a população contra doenças que já contam com vacinas de eficácia conhecida. E quase não se fala sobre o assunto”, afirma.
Nesta quarta-feira (30), às 17h, Rosana Richtmann participará da live A família toda precisa se vacinar?, realizada pela revista Crescer, com apoio da farmacêutica GSK. O debate também contará com a pediatra e gerente médica de vacinas da GSK, Bárbara Furtado, e terá transmissão via Youtube, Facebook e Instagram da publicação.
Mesmo com a pandemia, é fundamental manter o esquema vacinal em dia para garantir a proteção contra doenças que podem ser fatais (4). “As vacinas ensinam nosso sistema de defesa a se proteger de vírus e bactérias. Quando o calendário é interrompido, esse aprendizado é afetado. Quem suspendeu o esquema por algum motivo deve recomeçar de onde parou”, diz a pediatra da GSK.
Juntando o sistema público e o privado, há vacinas para todas as doenças que existem no país. As clínicas particulares oferecem doses adicionais e outras vacinas que não estão disponíveis na rede. (2) “Para hepatite A, por exemplo, o governo oferece a primeira dose para crianças, mas o recomendável são duas. É possível fazer esse complemento na rede privada”, explica Bárbara.
Volta às aulas
Um dos debates mais comentados do momento em todo o país, a volta às aulas presenciais, promete ser um marco da ressocialização. “Sarampo, gripe, meningite, coqueluche, nenhuma dessas doenças deixaram de existir. Com exceção da febre amarela e da dengue, muitas doenças podem ser transmitidas da mesma forma que a covid-19, por meio de tosse, espirro e secreções”, afirma Bárbara Furtado.
Para Rosana Ritchmann, o momento é oportuno para atualizar a carteira vacinal dos filhos, sejam crianças maiores ou adolescentes. “Ainda não há uma vacina contra a covid-19, e possivelmente não teremos até a volta às aulas. Mas é preciso proteger as crianças e adolescentes de outras ameaças para as quais já existe proteção. O calendário vacinal em dia é fundamental para esse momento de retomada das atividades nas escolas e maior ressocialização.”, diz a infectologista.
Mães não ficam de fora
Gestantes também precisam ser imunizadas, e o principal motivo é fazer a passagem passiva de anticorpos pela placenta para que o recém-nascido inicie a vida protegido.(5, 6) “Existem doenças como a coqueluche, que apesar de ser comum em várias faixas etárias, pode ser fatal no lactente. Mesmo que ele inicie o esquema vacinal aos dois meses de idade, só estará protegido por vacinação quando terminar, aos seis”, explica Richtmann.
A principal vacina a ser tomada na gravidez é a dTpa, ou tríplice bacteriana, contra difteria, coqueluche e tétano.(6) “Também está disponível gratuitamente nos postos de saúde. Infelizmente, no entanto, a cobertura vacinal da coqueluche em nosso país é de apenas 47% em gestantes”, diz a infectologista.
Adultos e idosos, sim
Segundo a pediatra, muitas pessoas acreditam que não precisam mais se vacinar na vida adulta.(7) Ela explica que esse tipo de equívoco gerou um aumento expressivo dos casos de sarampo e febre amarela a partir de 2018. “Algumas vacinas foram desenvolvidas mais recentemente, como as de HPV, hepatite A e catapora. O adulto de hoje não recebeu a maioria delas”, diz Bárbara.
Rosana Richtmann, por sua vez, alerta sobre a importância de doenças como difteria e tétano, que precisariam de imunização a cada dez anos em adultos. “Há também a hepatite B, que está relacionada a câncer de fígado. A vacina é gratuita e está disponível na rede pública, mas muitos nem lembram se tomaram ou não”, afirma a infectologista.
Material destinado ao público em geral. Por favor, consulte o seu médico.
NP-BR-ABX-JRNA-200002 – SET/2020
REFERÊNCIAS:
1 - BRASIL. Ministério da Saúde. Vacinação é a maneira mais eficaz para evitar doenças. Disponível em: <https://ift.tt/2AU6Zqd>. Acesso em: 09 de set.2020.
2 - SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Calendário vacinal SBIm 2019/2020: do nascimento a terceira idade (atualizado em 21/01/2020). Disponível em: <https://ift.tt/31oPLJG>. Acesso em 6 de maio de 2020.
3 – SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Calendário vacinal SBP 2020. Disponível em: <https://ift.tt/30nrWF1>. Acesso em 10 de Set de 2020.
4 - SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Informe Técnico (09/04/2020). Vacinação de rotina durante a pandemia de COVID-19. Disponível em: <https://ift.tt/2GeHZN5>. Acesso em: 06 maio. 2020.
5 - CENTER FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Vaccines & Pregnancy: Top 7 Things You Need to Know. Disponível em:< https://ift.tt/3cyOkPv> Acesso em 17 de Ago de 2020.
6 - CENTER FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Vaccines During and After Pregnancy. Disponível em:< https://ift.tt/34ugZna>. Acesso em 17 de Ago de 2020.
7 – CENTER FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. There Are Vaccines You Need as an Adult. Disponível em:< https://ift.tt/2sEioVZ> Acesso em 17 de ago de 2020.
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Publieditorial/GSK/noticia/2020/09/volta-aulas-entenda-necessidade-de-colocar-o-calendario-de-vacinacao-em-dia.html