Como os medos têm o intuito primitivo de nos proteger, eles também dependem do ambiente onde vivemos. Sendo assim, as chances de uma criança que mora em um grande centro sentir medo de roubos e sequestros são maiores do que as de uma que vive em uma cidade pacata no interior, onde tais eventos são menos frequentes.
A vendedora Adriana Caspari Setton, 33, mãe de Gabriel, 5, e Ariel, 2, mora em Israel, a 16 quilômetros da Faixa de Gaza. Por conta dos conflitos na área, o mais velho criou o hábito de ir para a cama dos pais no meio da noite. “Não importa o barulho, ele diz que são as sirenes que alertam sobre os ataques com mísseis”, conta.
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Segundo ela, desde cedo as crianças aprendem que, nesses momentos, têm 30 segundos para se deslocar para um local seguro. Como mais alunos da classe de Gabriel manifestaram o mesmo temor após um período de ataques no ano passado, a professora chamou um representante do Exército para conversar com eles e acalmá-los.
À medida que conseguir entender que o monstro não existe, seu filho deixará de temê-lo. Por outro lado, notícias alarmistas (como às que assistimos em programas da TV de caça a bandidos, entre outros) podem surtir o efeito contrário. “Elas nos dão a sensação de impotência. Por isso, deve- mos poupar as crianças desse tipo de informação, na medida do possível”, acredita a psicanalista Vera Iaconelli, do Instituto Gerar (SP), autora de Criar Filhos no Século XXI (Editora Contexto). Até porque elas deixam os próprios adultos receosos, que podem transmitir sua insegurança às crianças mesmo sem querer.
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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Comportamento/noticia/2020/04/crianca-com-medo-de-violencia-e-catastrofes-como-lidar.html