O que vem à cabeça quando você pensa em uma foto que represente a amamentação? Uma mãe sorridente, em uma poltrona linda, com o bebê nos braços? Letícia Colin publicou em seu perfil no Instagram nesta semana uma imagem bem mais real, com a qual várias mães se identificam: bico do peito ferido. "Vivi tanto que perdi inclusive, um pedaço de mamilo. Esfolou sangrante pertinho da boca do bebê. Perdi o fôlego. Que dor!", escreveu ela, que é mãe de Uri, 5 meses.
A pega incorreta do bebê é uma das principais causas de lesões nos seios, junto da tensão e da pressão causadas pelo movimento equivocado da língua da criança, o que também pode ser uma consequência do freio lingual. “Se a mãe passou por alguma cirurgia na mama, isso também pode impactar na flexibilidade da auréola”, reforça a enfermeira e consultora em amamentação, Cristiane Dias. As feridas e a dor causada por elas são alguns dos motivos que levam muitas mães a desistirem rapidamente da amamanetação.
Quando os primeiros sinais de dor e de fissuras aparecem nos seios, é o momento de respirar fundo e entender as causas das lesões. “Muitas mulheres acabam tratando as consequências sem olhar para as causas", diz a especialista. Ao entender o que está errado na pega é importante fazer o ajuste para evitar novos machucados e garantir que o bebê receba todo o leite que precisa. Procure ajuda de uma enfermeira, de uma consultora, grupos de apoio ou o banco de leite mais próximo. A criança deve abocanhar toda aréola e não apenas o bico do peito. Se fizer barulhos parecidos com estalinhos, provavelmente, a pega está errada.
Depois de entender a causa do problema é hora de partir para o tratamento. “Pomadas são contraindicadas de maneira geral pois seu uso pode levar a obstruções de ductos e sensibilidade maior na região do complexo mamilo areolar”, alerta Tatiana Vargas, fonoaudióloga e diretora fundadora da Mame Bem Assistência e Treinamento Profissional (SP). “Atualmente utilizamos o laser de baixa potência para otimizar o processo cicatricial. É uma ferramenta nova, mas promissora, e com evidências científicas que apontam seu benefícios”, explica.
É recomendável que um profissional realize o procedimento de forma segura. “O ideal é procurar alguém que entenda de laserterapia, de anatomia e fisiologia, de ferimentos e de manejo clínico da amamentação, para garantir que a paciente seja avaliada integralmente e tratada da forma mais segura possível”, explica Cristiane Dias.
Depois, a amamentação pode continuar acontecendo normalmente. “A aplicação é praticamente indolor, a mãe talvez sinta um leve calor no local, mas não existem contraindicações oara a amamentação. O procedimento estimula a rápida cicatrização e a melhora da pele, além de prevenir efeitos secundários, como infecções bacterianas e fúngicas devido à lesão exposta”, explica o doutor Renato Soriani, médico e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). “Este tratamento é também indicado para evitar que a lesão seja porta de entrada para infecções que se formam nas camadas mais externas da pele até áreas mais profundas, ocasionando dor e ferimentos”, reforça.
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