No último domingo (19), a fotógrafa Alyson McClaran, de Denver (EUA), fez imagens que viralizaram no mundo mostrando profissionais da saúde bloqueando carros de apoiadores do presidente americano Donald Trump, que se reuniram em carreatas em diversas cidades do país para pedir o fim do isolamento social.
Em entrevista ao BuzzFeed, Alyson disse que quando ficou sabendo da manifestação e, como está sem trabalho, decidiu às ruas para tentar registrar o momento. O que ela não imaginava e que encontraria pessoas tão furiosas. Uma delas, segundo Alyson, até chegou a empurrar o carro contra um profissional da saúde. "Eu queria documentar o momento e decidi ir próximo ao Capitólio, mas não imaginava ver tanta confusão e ódio", disse.
Alyson disse que viu por acaso a cena dos profissionais usando máscara N95 em pé na rua para impedir que manifestantes nos carros passassem. "Eu estava a caminho do Capitólio, perto da minha casa, e ouvi aquele monte de buzina. Foi quando olhei e vi uma pessoa com o cartaz Land of the free (Terra dos livres, em tradução), se inclinar para fora da janela e gritar repentinamente para o profissional paramentado "ir para a China". A mulher falou coisas horríveis e "odiosas". A manifestante insistia em dizer para o profissional da saúde: "Vai trabalhar, porque eu não posso ir trabalhar", disse.
Segundo a fotógrafa, os profissionais da saúde ficaram bem calmos, não falaram nenhuma palavra e não se mexeram até o semáfaro ficar verde novamente e eles saírem calmamente da faixa de pedestres. "Eles se mantiveram firmes, foram muito pacíficos e eu não ouvi uma única palavra sair da boca deles", disse.
Alyson ainda revelou que em um outro veículo havia um homem "com muita raiva" que bateu com a mão na frente do carro e começou a gritar com o profissional da saúde, sem que ele falasse uma palavra ou saísse do lugar.
Depois que as fotos de Alyson viralizaram no Facebook, pessoas questionaram se eram realmente profissional da saúde que tentavam bloquear o protesto. Ela disse que: "Eu acredito que eles são, mas independentemente de quem são, é mais sobre a mensagem que enviaram para o mundo", disse Alyson.
Um repórter do Westword, Chase Woodruff, que estava no local, conversou com os dois profissionais da área da saúde. "Se eles ficarem doentes, nós cuidaremos deles. É muito difícil", disse um deles que se identificou como Jo e como médica assistente. O outro informou que trabalhava todas as noites. "Trabalho hoje à noite e cuido de pacientes dentro do hospital, com e sem Covid-19. A situação é catastrófica e devastadora."
Alyson disse ainda que pessoas que passavam pela rua no momento defenderam os dois manifestantes e foram suas "vozes" durante o confronto. "Honestamente, fiquei muito triste ao ver toda essa raiva. Todo mundo estava muito estressado e eu fiquei com medo da ira das pessoas", finalizou.
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