Monday, April 6, 2020

6 lições que aprendemos com nossos filhos

Pai e filho em abraço (Foto: Getty Images)

 

Como pais, somos exemplo e temos muito a ensinar. Por outro lado, as crianças também nos inundam com conhecimento. Pare para pensar: quanta coisa você já aprendeu com o seu pequeno? Fizemos essa pergunta a alguns especialistas – e olha só quantas experiências interessantes

1- RECONHECER-SE COMO SER HUMANO IMPERFEITO, PORÉM, INTEIRO

"Meus filhos me ensinaram que essa coisa de mãe perfeita não está mais se usando. E que, mesmo que essa semana você prepare 14 refeiçōes equilibradas, lave 46 kgs de roupa, ame, abrace, cuide, alimente, ensine, leve, busque, limpe, vista, ensine geografia e o teorema de Pitágoras, ainda assim você não vai gabaritar a cartilha da parentalidade perfeita. Por isso, aprendi também que a maternidade não é uma jornada linear e estática. Ela é gangorra, feita de dias bons e dias ruins. Ontem pode ter sido um dia péssimo, mas hoje talvez você esteja se sentindo a mãe do ano, só porque todo mundo conseguiu sair de casa na hora certa, sem brigas e com dois sapatos do mesmo par. Meus filhos me ensinaram que eu sou uma mãe melhor quando me sinto inteira. Que a mãe importa, que eu importo. E que não faz sentido a gente se preocupar com a criança mas se recusar a ver a mãe como um ser de necessidades próprias. Até porque a matemática não fecha: basta fazer as contas para perceber que a constante privação de uma resulta na inevitável escassez da outra.” Roberta Ferec é escritora e autora dos livros Tela com cautela: um guia prático para criar os filhos na era digital (sem perder a sanidade) e Mãe perfeita não tá mais se usando (ambos da editora Matrescência). Mãe de Noah, 11 anos, Luna, 7, e Gael, 5

2 - A BELEZA DO CUIDAR
“O óbvio (e verdadeiro) seria dizer que aprendi o que é amor incondicional, profundo, que faz você ser capaz de qualquer coisa para defender ou proteger um filho. No meu caso, duas filhas, que reforçam e me ensinam diariamente o que é o feminismo atual, com tudo que ele deve ser. Agora, pensando em algo mais completo, digo que elas me ensinaram a beleza, o poder e a força do verbo ‘cuidar’. Cuidar delas, dando atenção à saúde, ao desenvolvimento, aos sentimentos que se amplificaram ao longo do tempo. Cuidar do outro, da natureza, do idoso, do que precisa de ajuda, seja ele qual for. Cuidar é lindo, é necessário. Aprendi a cuidar e a querer ser cuidada também.” Paula Perim, diretora de comunicação da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e mãe de Júlia, 22 anos, e Beatriz, 21

3- DECIFRAR E CONTEMPLAR IMAGENS
“Algo que aprendi com meus filhos e não esqueço é a ler imagens. Pode parecer loucura dito assim, mas elas também devem ser lidas, e nós, adultos, dificilmente percebemos isso.É como se não tivéssemos tempo para isso: nos livros infantis, nossos olhos as percorrem distraídos, correndo em busca do texto escrito. Foi lendo junto deles, em nossa deliciosa rotina de leitura, que entendi que era preciso parar, perceber detalhes que passavam completamente despercebidos por mim – nunca por eles. Acabou que, para mim, a literatura ilustrada virou paixão, trabalho, objeto de pesquisa. Mas a lição foi além: aprendi a decifrar e contemplar sem pressa as imagens dos livros e, assim,ler melhor o mundo também.” Daisy Carias, especialista em literatura infantil, autora do blog e canal A Cigarra e a Formiga. Mãe de Francisco, 9 anos, e Vinícius, 3

4- GANHAR MAIS CONHECIMENTO

“Em geral, os pais aprendem lições morais com os filhos: gastar melhor o tempo, olhar os detalhes da natureza, fazer coisas juntos... No meu caso, o aprendizado foi cultural, mesmo.
Enciclopédico. É que Matias, atualmente com 6 anos, desde bem pequeno cismou com o Egito. Por conta disso, começamos a ganhar livros espetaculares e, como ele ainda
não lia, essa tarefa sobrava para mim e para minha esposa, Maria Rita. Também vimos filmes, séries, sites e documentários sobre o assunto. Numa viagem a Curitiba, o Museu Egípcio foi um passeio obrigatório. E a casa ficou cheia de pirâmides, múmias, Toths, Ísis, Osíris e Anúbis. Acabamos nos interessando tanto por aquele país que, na Copa do Mundo, o Egito foi nosso segundo time. E Matias vibrou um bocado quando Salah, o maior craque da história do futebol egípcio, fez um golaço contra a Arábia Saudita. Hoje, graças ao que aprendemos com nosso filho, Tutancâmon e Nefertiti são nomes comuns aqui em casa. E, se tivermos um animal de estimação, certamente ele vai se chamar Bastet, o nome do deus-gato egípcio.”
José Roberto Torero, escritor e autor de diversos livros infantis. É pai de Matias, 6 anos

5- ENFRENTAR O NOVO COM LEVEZA

“Estávamos, Luna e eu, no Uber, indo encerrar mais uma etapa da nossa mudança, em Lisboa. Peguei o celular para conferir se iríamos chegar no horário ao nosso destino. Luna me diz: ‘Sabia que pessoa que olha para o mapa perde a vida lá fora?’ ‘Eu não tô no mapa, só olhei e já voltei para a janela. Ela insistiu no tema. ‘Sim, eu vi. Mas agora você sabe, né...não precisa olhar muito para o mapa. A estrada é o mapa. Estamos dentro.’ ‘Dentro do quê?’ ‘Da Terra, mamãe. Tá vendo o caminho (aponta pra frente)? Estamos dentro do mapa.
Não temos como nos perder. Mas olhar para o mapa, assim, perde toda cor lá de fora...’ A estrada é o mapa, caminho se faz ao andar. Luna tinha 5 anos quando me ensinou isso.A outra foi em Toronto, onde ela nasceu. Morávamos perto de uma trilha natural com riozinho que passava no meio.Naquela manhã, Luna finalizava a pré-escola e começariam as férias de verão, fazia calor e resolvi pegar um atalho por uma trilha que não conhecia. Ela tinha 3 anos, e perguntou quando me viu titubear: ‘Estamos perdidas, mamãe?’. ‘Não, filha, tenho quase certeza que é para lá a direção.’ ‘Então estamos perdidas.’ ‘Não, Luna, é a mesma trilha, só que um trecho novo do caminho.’ ‘Sim’, respondeu Luna,‘o novo é perdido’. Essas duas historinhas refletem um pouco do que aprendo com ela todo dia. Não temos como saber ao certo os caminhos da vida quando estamos fazendo algo novo. O novo é perdido, e está tudo bem estar perdido, pois como ela completaria anos depois: não há jeito de sair do mapa, estamos dentro. A estrada é o mapa. Luna filosofa e aprendo a me render ao fluxo da vida.”
Eliana Rigol, escritora, autora dos livros Mocas no labirinto e Mentora de mulheres no projeto Jornada da Heroína. Mãe de Luna, 7 anos, e Apollo, 2

6- ENXERGAR AS PRÓPRIAS FALHAS E PERDOAR
“Uma das coisas bonitas que conseguimos construir nessa geração de pais de agora, que investe em uma educação mais democrática, é poder conversar sobre a nossa humanidade sem que isso nos deixe com medo de perder a autoridade. Meus filhos me ensinam como a gente esquece, na condição de adulto, da nossa possibilidade de abrir o perdão em nossas relações mais íntimas.O constrangimento que um pai fica quando erra, e como eles perdoam, acolhem e abraçam esse constrangimento, é muito bonito. Isso tudo também tem a ver como se entregar ao momento presente. A criança nos ensina aquilo que esquecemos, por estarmos sempre pensando no futuro. Ter filhos e se conectar com eles é resgatar essa capacidade de se autoconhecer, perdoar as próprias falhas e estar presente na vida.” Alexandre Coimbra Amaral, psicólogo, colunista da CRESCER, pai de Luã, 13 anos, Ravi, 10 e Gael, 6

 

 



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Comportamento/noticia/2020/04/6-licoes-que-aprendemos-com-nossos-filhos.html

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