Um hospital canadense provocou controvérsia ao exigir que todas as mulheres em trabalho de parto recebam anestesia epidural em meio à pandemia de coronavírus. Em nota, a instituição solicitou que as gestantes que não consentirem com a decisão tenham os filhos em outro lugar.
Em carta divulgada no dia de 6 de abril, os diretores do Hospital Geral de Almonte, em Ottawa, delinearam a nova política para obstetras, parteiras e médicos de família. "O tempo de preparação das equipes médicas aumentou significativamente por causa da necessidade de uso do equipamento de proteção individual e a montagem ainda mais cuidadosa da sala de operação”, lê-se no documento. "Há a preocupação sobre a realização de cesáreas de emergência em tempo hábil. Para agilizar a cirurgia de emergência, caso seja necessária, solicitamos que todas as parturientes sejam submetidas a uma anestesia epidural (com exceção das pacientes cujo trabalho de parto progride rapidamente e que dão à luz antes que a anestesia seja necessária)".
Para as gestantes que não concordam com a medida, a instituição acrescentou: “Nesses casos, solicitamos que o parto seja planejado em outra unidade para que a segurança da mãe e do bebê possa ser otimizada".
A nova política causou controvérsia entre gestantes, médicos e grupos de defesa de direitos das mães. Em nota, o Projeto Justiça Obstétrica no Canadá, rotulou a decisão de "violência obstétrica". "O Hospital Geral de Almonte, na região de Ottawa Valley, em Ontário, emitiu uma nova política que tenta remover o direito legal da paciente de consentimento informado e recusa de determinas práticas durante o parto", apontaram os advogados integrantes do grupo. "O anúncio divulgado no dia 6 de abril “solicita” (obriga) todas as pacientes em trabalho de parto a receber uma epidural ou ir a outro lugar dar à luz. Para muitas famílias na área, ir para outro lugar simplesmente não é uma opção. Não é uma escolha, ponto final".
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