O que mães de diferentes realidades socioeconômicas, raças e ocupações, em países como África do Sul, China, França, Turquia, Uganda e Brasil, têm em comum? Foi para responder essa pergunta que a fotógrafa Tina Boyadjieva, de Nova York (EUA), saiu com sua câmera em mãos no dia 6 de maio deste ano e fez o último clique quase dois meses depois, em 3 de julho. O objetivo era marcar a Semana Mundial do Aleitamento Materno, além de celebrar esse ato tão forte.
Pelo caminho percorrido, Tina notou que, apesar, das culturas e circunstâncias da vida em todo o mundo serem diferentes, a amamentação pareceu muito universal em sua forma de ser. Reconheceu então que essa maneira completamente natural de alimentar um filho também é uma experiência que mostra como somos parecidos como humanidade. “Eu vi mães vivendo em circunstâncias em que estar saudável o suficiente para alimentar o seu bebê era considerado uma bênção, enquanto outras vinham de origens mais privilegiadas. Eu quero que outras pessoas vejam a beleza da amamentação como eu vi nessas mães”, disse à CRESCER
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O projeto resultou em retratos riquíssimos culturalmente. Tina contou que a inspiração para as imagens que você vai ver abaixo vieram quando ela se voltou para as aulas de História da Arte e Museus de Florença. “Estudei centenas de pinturas de vários artistas florentinos retratando sua versão de uma mãe com criança e sempre procurei a linguagem corporal, a expressão, a pose e também a paleta de cores usada pelo artista para capturar o amor e o vínculo entre a mãe e seu filho”, disse.
Momentos marcantes
Depois de conversar horas a fio com cada uma das 64 mães fotografadas, Tina conta que um dos momentos mais emocionantes foi quando capturou as imagens de duas mães tâmeis em Nuwara Eliya, no Sri Lanka: “Eu vi um bebê adorável com cabelo encaracolado e pude fotografá-lo com a mãe na frente de sua casa, perto dos arbustos de chá e em vários locais no bairro. Ofereci pagamento para as fotos. Quando eu estava saindo, ela, seu bebê e outras dez mulheres e crianças me seguiram até o carro, beijando minhas mãos, me agradecendo e chorando. Foi tão tocante que me fez chorar também.”
A fotógrafa conta que reconheceu, naquela cena, que não existe uma vida perfeita. "A maioria dos países que frequentei eram nações em desenvolvimento, então, eu estava acostumada a ver a pobreza, sinais de crime e doenças.”
Superficialmente as mães européias pareciam ter melhores condições do que as africanas ou asiáticas. “No entanto, percebi que eles não estão livres de problemas. Num dia lindo em Paris, em que eu me sentia aliviada por estar longe da pobreza extrema, Celine, a linda mãe francesa com sua filha vestida de roupa de linho e renda, me contou que a menina já tinha feito duas cirurgias cardíacas. Acredito que as mães de todo o mundo, como parte deste projeto, compartilhavam não apenas a alegria e a realização da amamentação. Mas qualquer mãe, em qualquer lugar, pode se identificar com a dor e o sofrimento causados por ter seu filho doente ou com dor”, conta.
Veja a seguir as imagens capturadas por Tina Boyadjieva:
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