Tuesday, December 28, 2021

Vacinação infantil contra covid-19: “Novas mortes são absolutamente evitáveis e temos obrigação de trabalhar nesse sentido”, declara Associação Médica Brasileira

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A comunidade médica continua se colocando a favor da vacinação contra a covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. Depois do manifesto da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) publicado na última sexta-feira (24), agora foi a vez da Associação Médica Brasileira (AMB) divulgar seu posicionamento. “Empenhamos nossa mensagem tranquilizadora às famílias brasileiras, baseada à luz das melhores evidências científicas”, declarou a associação em nota, por meio do Comitê Extraordinário de Monitoramento da Covid-19.

Campanha de vacinação contra a gripe termina na sexta-feira (22) (Foto: Thinkstock)

 

 

No texto, a AMB ressaltou que a aprovação de qualquer imunizante pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ocorre apenas após rigorosos estudos clínicos, tendo como voluntários milhares de indivíduos, com o objetivo de garantir a segurança e eficácia – o que também foi seguido para a imunização dos pequenos.

O documento também pontuou que o imunizante voltado para a população pediátrica atendeu não apenas aos critérios exigidos pela Anvisa, mas também pela European Medicines Agency (EMA), pela Divisão de Alimentos e Produtos para a Saúde do Canadá (HPFB), além do órgão regulador de alimentos e medicamentos (FDA), dos Estados Unidos, onde mais de 7 milhões de crianças já receberam a vacina da Pfizer – e 2 milhões delas já tomaram a segunda dose.

E assim como feito pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI COVID-19) e até mesmo pela secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19 do Ministério da Saúde, a AMB lembrou, ainda, que mais de 300 óbitos na faixa etária de 5 e 11 anos foram registrados desde o início da pandemia: “Novas mortes são absolutamente evitáveis e temos obrigação de trabalhar nesse sentido”.

 

A associação não deixou de mencionar que as crianças infectadas pelo SARS-Cov-2 podem ser vítimas da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), além de desenvolver sequelas e covid longa. E enfatizou que a introdução de uma vacina em um programa público não se resume ao número de mortes que podem ser evitadas com o seu uso. “Gripe, diarreia por rotavírus, varicela, hepatite A, entre outras doenças, faziam menos vítimas do que a covid-19 em pediatria. E não hesitamos em recomendar a imunização contra todas elas. Vacina-se para prevenir hospitalizações, sequelas, uso de antibióticos, visitas aos serviços de saúde e ocupação de leitos em UTI”, afirmou a AMB.

A entidade disse, por fim, que são incontáveis as justificativas éticas, epidemiológicas, sanitárias e de saúde pública que justificam a imunização da população pediátrica. “Conclamamos todos os pais e/ou responsáveis a, quando as vacinas estiverem disponíveis, vacinarem seus filhos. Vacina é vida, vacinar, um ato de amor!”, concluiu a associação no documento, que também é assinado pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), pelas sociedades brasileiras de Pediatria (SBP) e de Infectologia (SBI), pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), entre outras organizações.

Consulta pública

Resistente à vacinação infantil, o governo federal decidiu abrir uma consulta pública. A medida foi divulgada no Diário Oficial da União (DOU) da quarta-feira (22), mas o formulário só ficou disponível para a população opinar na última sexta-feira (24). A consulta, que ficará aberta até o dia 2 janeiro de 2022, inclui questões que foram motivo de muito embate nos últimos dias, como a necessidade de prescrição médica para que as crianças possam tomar a vacina. 

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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2021/12/vacinacao-infantil-contra-covid-19-novas-mortes-sao-absolutamente-evitaveis-e-temos-obrigacao-de-trabalhar-nesse-sentido-declara-associacao-medica-brasileira.html