Wednesday, December 22, 2021

Como proteger as crianças da covid-19 nas festas de fim de ano

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Apesar de grande parte da população adulta no Brasil já ter recebido a vacina contra a covid-19, ela ainda não começou a ser aplicada em crianças no país, apesar de já ter sido aprovada pela Anvisa. Para proteger os pequenos e evitar a propagação do vírus, portanto, é importante que alguns cuidados continuem sendo tomados, sobretudo durante as reuniões de família no fim do ano.

Especialistas recomendam que celebração de Natal seja feita em local arejado (Foto: Pexels)

 

 

A CRESCER conversou com o infectologista e pediatra Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), e com a infectologista Rosana Richtmann, médica coordenadora de Infectologia do grupo Santa Joana, que falaram sobre como deixar as confraternizações mais seguras para todos. 

Vale destacar, porém, que não existe uma fórmula que garanta 100% de segurança. “O que modula a flexibilização ou o endurecimento das medidas de prevenção são as taxas de transmissão da doença. Quando há queda nessa taxa, poucos casos, poucas internações, o cenário permite que a gente relaxe um pouco as medidas. Mas não existe uma receita de bolo que seja completamente segura, o que pode e o que não pode”, ressalta Kfouri.

 

Para o especialista, continuam valendo os pilares de prevenção com os quais nos acostumamos desde o início da pandemia: uso de máscara, vacinação de todos os elegíveis, distanciamento, higiene das mãos e ambientes ventilados. “Quanto mais distantes as pessoas conseguirem ficar, mais arejado o ambiente, maior o número de vacinados e maior o tempo de máscara, menor o risco”, completa o especialista.

Gripe e ômicron: há mais riscos?


Segundo Kfouri, como a transmissão da gripe – que está em surto em algumas regiões do país, como Rio de Janeiro e São Paulo – ocorre de forma semelhante à da covid-19, as medidas de proteção contra o coronavírus também valem para a nova cepa H3N2 Darwin, da Influenza A.

A variante ômicron também não acrescenta preocupação extra, já que ela não mudou – até o momento – as taxas de transmissão da covid-19 no Brasil. “Não há nenhum cuidado diferente nesse momento. Se houver um dia uma nova onda no Brasil, com altas taxas de transmissão, a tendência é que haja, sim, um impacto maior entre os não vacinados. Antes, nos EUA, as crianças representavam 1% dos casos. Agora, representam ¼ dos casos. Há um desvio para os grupos não vacinados. Por isso, precisamos, o quanto antes, ter vacinas para a população pediátrica, para prevenir uma onda de maior magnitude”, conclui o pediatra e infectologista.

 

Veja outras dicas para um Natal mais seguro

- De preferência, reúna-se com pessoas que foram imunizadas. “Quando se está em um grupo de pessoas vacinadas, a chance de ter alguém transmitindo o vírus é muito menor. E mesmo que alguém esteja transmitindo, será uma quantidade menor de carga viral. Isso cria uma barreira que protege as crianças”, ressalta Rosana Richtmann;

- Se algum convidado apresentar qualquer sintoma relacionado à covid-19, antes do encontro, é importante que essa pessoa faça um teste para confirmar se está ou não com a doença. Caso não seja possível fazer a testagem, o recomendável é ela não ir à festa; 

- As confraternizações devem ser realizadas preferencialmente em ambientes abertos ou bem ventilados; 

- Em casos em que alguém da família seja muito vulnerável ao vírus da covid-19 devido a alguma condição de saúde pré-existente, é interessante pedir para que os convidados façam o teste antes da confraternização;

 

- Caso alguém de outro estado ou país venha participar da festa, a testagem também é essencial. “Principalmente se a pessoa estiver chegando de uma viagem que foi muito longa, vale a pena se testar antes de se reunir com a família”, aconselhou a médica;

- Além disso, os cuidados básicos devem ser mantidos: uso do álcool em gel e máscara sempre que possível;

No fim de 2020, uma dica fundamental foi a divisão de mesas conforme os núcleos familiares que moram juntos. Neste ano, no entanto, essa regra pode ser relaxada. “Se todos estiverem vacinados, essa recomendação se torna menos importante”, explicou Rosana. “O mais importante é todos estarem em dia com sua vacinação. E, principalmente, se alguém apresentar qualquer quadro clínico relacionado à covid, essa pessoa não deve frequentar a festa”, concluiu.

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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2021/12/como-proteger-criancas-da-covid-19-nas-festas-de-fim-de-ano.html