Friday, December 24, 2021

Estados não irão exigir prescrição médica para imunizar crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19, diz Conass

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Em carta direcionada às crianças na véspera do Natal, o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo de Oliveira Lula, afirmou que os estados não irão exigir pedido médico para que a população pediátrica de 5 a 11 anos possa ser vacinada.

A prescrição não foi requisitada a nenhum outro grupo etário — nem mesmo o dos adolescentes — para que a imunização contra a covid-19 fosse realizada. No entanto, ela foi defendida nesta semana pelo presidente Jair Bolsonaro e, na última quinta-feira (23), também foi mencionada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Além disso, ela foi tema de uma das perguntas da consulta pública aberta pelo governo federal nesta sexta-feira (24).

22 respostas para as dúvidas mais comuns sobre as vacinas (Foto: Getty)

 

Segundo especialistas, exigir receita médica pode ser um obstáculo para a vacinação de crianças que tenham pouco ou nenhum acesso aos serviços de saúde público, deixando essa parcela da população ainda mais vulnerável e com o risco de sofrer as complicações provocadas pela covid-19.

Em oposição à medida que o governo federal deseja adotar, o presidente do Conass salientou que cientistas do mundo inteiro apontam a segurança e eficácia da vacina para os pequenos. "Não será necessário nenhum documento de médico recomendando que tomem a vacina. A ciência vencerá. A fraternidade vencerá. A medicina vencerá", destacou.

"Infelizmente, há quem ache natural perder a vida de vocês, pequeninos, para o coronavírus. Mas com o Zé Gotinha já vencemos a poliomielite, o sarampo e mais de 20 doenças imunopreveníveis. Por isso, no lugar de dificultar, a gente procura facilitar a vacinação de todos os brasileirinhos", acrescentou Carlos Lula.

A afirmação vem como resposta após a declaração do ministro da Saúde que, na última quinta-feira (23), chegou dizer que os "óbitos de crianças estão dentro de uma patamar que não implica em decisões emergenciais".

 

Esse comentário também foi rebatido pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que publicou um manifesto nesta sexta-feira (24). "Ao contrário do que afirmou recentemente o ministro da Saúde, o número de hospitalizações e de mortes motivadas pela covid-19 na população pediátrica, de forma geral, incluindo o grupo de crianças de 5-11 anos, não está em patamares aceitáveis. Infelizmente, as taxas de mortalidade e de letalidade em crianças no Brasil estão entre as mais altas do mundo", declarou a entidade.

Veja a carta na íntegra:

Carta do CONASS às crianças sobre vacinação infantil (Foto: Reprodução)

 

 

Manifestações a favor da vacinação infantil

Nesta sexta-feira (24), a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também publicou um manifesto no qual defende a vacinação contra covid-19 para crianças de 5 a 11 anos e pede urgência na decisão do Ministério da Saúde. O documento foi motivado pela fala do ministro Marcelo Queiroga que, na última quinta-feira (23), declarou que "os óbitos de crianças estão dentro de uma patamar que não implica em decisões emergenciais".

"Ao contrário do que afirmou recentemente o ministro da Saúde, o número de hospitalizações e de mortes motivadas pela covid-19 na população pediátrica, de forma geral, incluindo o grupo de crianças de 5-11 anos, não está em patamares aceitáveis. Infelizmente, as taxas de mortalidade e de letalidade em crianças no Brasil estão entre as mais altas do mundo", ressaltou a entidade.

No início da semana, a própria SBP e as sociedades brasileiras de Imunizações (SBIm) e de Infectologia (SBI) já tinham tornado público o parecer encaminhado à Anvisa na ocasião em que as entidades foram consultadas. No texto, entre outras informações, as instituições ressaltaram que os estudos realizados com o imunizante da Pfizer apontaram uma eficácia de 90,7% para a prevenção da covid-19 pelo menos 7 dias após a segunda dose e em um período de aproximadamente 2 a 3 meses. Além disso, quanto à segurança, não foram observados eventos adversos graves associados à vacinação.

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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2021/12/estados-nao-irao-exigir-prescricao-medica-para-imunizar-criancas-de-5-11-anos-contra-covid-19-diz-conass.html