Monday, December 13, 2021

Moises Chencinski: Retrospectiva 2021 sobre aleitamento materno. Por que não?!

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Desde o dia 7 de maio (32 semanas) a coluna Eu Apoio Leite Materno, aqui no site da CRESCER, tenta abordar, de forma simples, clara e até bem-humorada em seus textos (esse é o 27º — puxa, quase um por semana!), as questões que envolvem a amamentação.

Mulher amamentando o seu bebê (Foto: Helena Jankovičová Kováčová/Pexels)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vários ângulos foram analisados e expostos para "normalizar" o aleitamento materno. Afinal, dentro da escala da evolução das espécies, somos o quê? Mamíferos. Diferentes, mas mamíferos. Algumas vezes até estranhos (afe). Mas... ainda assim, mamíferos.

Informação

Empoderamento através da informação, sem romantização (Amamentação desromantizada: até que ponto).

Nem todos estão familiarizados com o tema ou conhecem bem os desafios enfrentados nessa trajetória, do parto ao desmame.

Afinal, se somos mamíferos, não é só dar de mamar? Parece que não é tão simples assim (Amamentar é natural, é simples, é fácil. Só que não!).

O leite materno é reconhecido como o "padrão ouro" da alimentação infantil, mas merece mais divulgação de suas características ("Publieditorial" - O melhor produto do mundo)

A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é aleitamento materno desde a sala de parto, exclusivo (Leite materno sustenta? Será que só ele é mesmo suficiente) e em livre demanda (O que é amamentação em livre demanda), até 2 anos ou mais (Amamentação prolongada: "Nossa, ainda sai leite").

E ainda tem gente que acha que leite materno não traz novidades (Qual o limite do leite materno), não tem estudos científicos (Amamentação: uma “questão de idade"), é "só" a respeito de nutrição (Sabe da última do leite de mãe? Agora a treta é com diabetes) e imunidade (Resistência bacteriana a antibióticos e a alimentação de bebês).

Saúde materno-infantil

Não dizemos saúde “infanto-maternal”. Tem uma razão para isso. Ordem alfabética? Não. É protagonismo. A mãe, a mulher, é a protagonista da amamentação. Assim, ela precisa ser o nosso foco de atenção. Ela precisa ser ouvida (Aleitamento materno: O que você quer saber?).

Aconselhamento: Escuta ativa (Escutar uma mãe que amamenta vai muito além do ouvir), empatia, sem julgamentos (Um “bom conselho”' nunca vem de graça).

A amamentação pode ser muito marcante na prevenção das alterações do estado de saúde das mulheres, tanto físicas (Câncer de mama não só pode como deve ser prevenido), quanto emocionais (Aleitamento materno: uma proteção do corpo e da mente).

Reforçar a importância de amamentar, pelas celebrações que podem ter relação com o aleitamento materno, como o AGOSTO DOURADO (2022, um ano dourado para a saúde de mães e bebês), SETEMBRO AMARELO (Setembro MULTICOLORIDO tem a proteção do AGOSTO DOURADO), OUTUBRO ROSA (Mais leite de mãe no AGOSTO DOURADO para menos câncer de mama no OUTUBRO ROSA) e o NOVEMBRO ROXO (O prematuro nasce com pressa).

E pra não deixar passar, mais duas dicas sobre saúde materno-infantil: amamentar não deve doer (Dor e amamentação não dão match) e a amamentação cruzada, mesmo que apareça nas novelas, seja noticiado como um ato lindo, pode trazer riscos (Amamentação cruzada parece solidariedade, mas não é...).

Desafios da amamentação?

Senta que lá vem história. Todos querem ajudar. Eu não consigo imaginar que alguém, intencionalmente, prejudique uma mãe e seu bebê. Mas isso, mesmo sem querer, acontece.

Amamentar não é fácil, não é simples e exige muito de uma mãe (Amamentar requer coerência, persistência, resiliência, resistência), especialmente se ela não conta com uma rede de apoio participativa.

E o que dizer da amamentação em público (Ainda aguardamos uma lei federal definitiva que puna quem constranger uma mãe que queira amamentar em público) e da visão que parte da sociedade e das indústrias quer trazer ao inconsciente das mulheres (Amamentar virou ostentação)?

Dor é um dos fatores importantes no desmame precoce e ele pode ocorrer por características da mãe e do bebê (A mordida é mais um perrengue da amamentação).

A força do marketing da indústria (Você acha que a fórmula infantil vem do leite de vaca), sem respeito às leis e sem escrúpulos, também precisa ser tema dessa retrospectiva.

E 2022 vem aí. Mas isso fica pra próxima.

Se não nos falarmos mais, um final de 2021 pleno de paz, saúde, vacinas para todos, máscara enquanto for necessário (hoje ainda é) e que estejamos juntos, vivos e felizes para todo 2022.

Até sempre.

Dr. Moises Chencinski é pediatra, membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), editor do blog 'Pediatria Orienta' da Sociedade de Pediatria de São Paulo, multiplicador de curso oficial do Ministério (Foto: Arquivo pessoal)

 



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Colunistas/Moises-Chencinski-Eu-Apoio-Leite-Materno/noticia/2021/12/moises-chencinski-retrospectiva-2021-sobre-aleitamento-materno-por-que-nao.html