Monday, September 27, 2021

Moises Chencinski: "Mais leite de mãe no AGOSTO DOURADO para menos câncer de mama no OUTUBRO ROSA"

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Sensibilização, conscientização e informação são fundamentais na vida de todos nós, ainda mais quando trazem mais saúde e mais vida, com menos dor e menos sofrimento. Precisamos falar sobre amamentação sempre. Precisamos falar sobre câncer de mama sempre.

Taxas de aleitamento materno no Brasil estão aumentando bem lentamente nos últimos 13 anos (ENANI-2019 – veja adiante). Precisamos de muito mais, o quanto antes. Em paralelo, taxas de câncer de mama no Brasil e no mundo se mantém estáveis ou aumentam aos poucos, ano após ano. Amamentar é um dos fatores de proteção contra o câncer de mama. Assim: Amamentar a mais. Câncer de mama a menos.

O filme fala de questões ligadas à amamentação com a história de seis mães e seus bebês (Foto: Flickr/ « м Ħ ж »)

 

 

 

 

Falando em números

É fundamental compreender as estatísticas no Brasil e no mundo. Vem comigo.

Câncer de mama

- É o tipo mais comum em mulheres no mundo: perto de 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020 - 24,5% dos casos novos por câncer em mulheres.
- É a causa mais frequente de morte por câncer nessa população, com 684.996 óbitos estimados para 2.020 (15,5% dos óbitos por câncer em mulheres – dados do IARC, 2020).
- No Brasil, o câncer de mama é o 2º tipo de câncer mais comum (depois do câncer de pele) e o que causa mais mortes por câncer em mulheres em todas as regiões brasileiras (exceto na Região Norte onde é o segundo, atrás de câncer de colo de útero – dados INCA). Em 2.019, foram 18.295 mortes, sendo 18.068 mulheres e 227 homens (2019 - Atlas de Mortalidade por Câncer - SIM).
- Segundo estimativas, serão 66.280 casos novos de câncer de mama, para cada ano do triênio 2020-2022 (dados do INCA). Esse valor corresponde a um risco estimado de 61,61 casos novos a cada 100 mil mulheres.

Aleitamento materno
- Em crianças menores de 4 meses: 60% - aumento de 15% em 13 anos.
- Em crianças menores de 6 meses: 45,7% - aumento de 8,6% em 13 anos.
- Continuado em crianças até 12 meses: 53,1% - aumento de 4,6% em 13 anos.
- Em crianças menores de 24 meses - 60,9% - aumento de 4,6% em 13 anos.

 

 

Prevenção de câncer de mama

Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como:

- Praticar atividade física
- Manter o peso corporal adequado
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
- Amamentar seu bebê o máximo de tempo possível é um fator de proteção contra o câncer.
- Não fumar e evitar o tabagismo passivo são medidas que podem contribuir para a prevenção do câncer de mama.

 

Relação aleitamento materno / câncer de mama

 

Estudo publicado na revista Lancet em 2002 comprovou que o risco relativo de câncer de mama diminuiu 4,3% para cada 12 meses de amamentação (somados todos os períodos de amamentação), além de uma redução de 7,0% para cada nascimento (cumulativos).

Uma das causas para isso é hormonal (estrogênio). A gestação tem uma redução da ação desse hormônio nesse período. Quanto mais gestações, menos influência do estrógeno, menos riscos. E durante a amamentação, acontece situação parecida, inclusive controlando (não impedindo) possibilidade de engravidar.

Quando a mulher amamenta de forma exclusiva até o 6º mês, complementada até 2 anos ou mais e em livre-demanda ocorre uma “esfoliação” mais constante e eliminação mais frequente desse (e de outros) tipo de células, também diminuindo as chances da doença. Isso acontece, também, quando a mulher extrai seu leite para doação ou para deixar em casa, para seu filho, quando ela volta ao trabalho.

Para concluir, a postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas é fundamental para a detecção precoce do câncer da mama.

Leiam e divulguem a 5ª edição (revista e atualizada) da Cartilha (2019): Câncer de mama: vamos falar sobre isso? do INCA.

Dr. Moises Chencinski é pediatra, membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), editor do blog 'Pediatria Orienta' da Sociedade de Pediatria de São Paulo, multiplicador de curso oficial do Ministério (Foto: Arquivo pessoal)

Quer falar com o colunista? Envie seu email para: crescer@edglobo.com.br



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