Saturday, September 18, 2021

Apenas 13% das grávidas e puérperas estão completamente imunizadas contra a covid-19 no Brasil

https://ift.tt/3vXKvfp

Até esta sexta-feira (17), apenas 421.245 gestantes e puérperas estão totalmente imunizadas contra a covid-19 no Brasil. Isso representa apenas 13% do total de 3,1 milhões de grávidas previstas no Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde. Os números foram calculados pela CRESCER a partir de estimativas de dados disponíveis no Localiza SUS e divulgados pelo Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr). 

Vacina da AstraZeneca/Oxford é suspensa em estados brasileiros, após orientação da Anvisa (Foto: Getty Images)

Os dados mostram que futuras mães e as que tiveram bebês recentemente ainda seguem expostas ao risco de contrair o vírus SARS-CoV-2 e evoluir para quadros graves. 

Até o último dia 15 de setembro de 2021, 1.318.196 doses da vacina contra a covid-19 haviam sido aplicadas em gestantes e puérperas. Porém, apenas 421.245 mulheres desse grupo já estão completamente imunizadas – ou seja, já tomaram as duas doses ou uma vacina de dose única. 

Vacinação de grávidas e puérperas pelo Brasil 

O ritmo de vacinação não é o mesmo em todas as regiões do Brasil. Os estados com o maior número de mulheres grávidas ou puérperas totalmente imunizadas são Paraná (30%), Espírito Santo (23%) e Pernambuco (22%). Enquanto isso, até agora, Roraima (1%), Ceará (2%) e Amapá (3%) são os que menos vacinaram essa população. 

Os estados da região Norte são os que, proporcionalmente, menos vacinaram grávidas e puérperas contra a covid-19 (Foto: Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr))

 

Em junho, apenas 9.702 (3,2%) grávidas estavam completamente vacinadas e protegidas contra o vírus no Brasil. Isso significa que, de lá pra cá, pelo menos mais 411.513 mulheres conseguiram completar o esquema de vacinação. Apesar do aumento de quase 10% da cobertura vacinal nos últimos três meses, a evolução lenta da campanha preocupa especialistas. 

Segundo a ginecologista Rossana Pulcineli Vieira Francisco, uma das criadoras do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 e presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, vários fatores explicam esse cenário. A divulgação de fake news sobre vacinas, o medo de certas mulheres por falta de informação e o excesso de burocracias (como solitações de prescrições médicas) são alguns exemplos. 

Os riscos da covid-19 para grávidas

Enquanto a vacinação de grávidas e puérperas segue num ritmo lento, o número de mortes causadas pela covid-19 nesse grupo continua em alta. Apenas nos nove primeiros meses de 2021, a covid-19 já matou mais que o dobro de gestantes do que em todo o ano de 2020.

O número de grávidas que faleceram em decorrência da doença já é 206% maior do que no ano passado. Desde o começo da pandemia, 1.869 gestantes perdaram a vida para o vírus SARS-CoV-2. Desse total, 1.409 óbitos maternos aconteceram nos últimos nove meses. 

A letalidade da doença também aumentou de lá para cá. No ano passado, 7,4% das grávidas contaminadas pelo vírus vieram a óbito. Neste ano, 14,9% não resistiram à doença.Ainda segundo o OOBr Covid-19, desde o começo da pandemia, uma a cada cinco grávidas vítimas da covid-19 morreu antes mesmo de conseguir acesso à UTI e 32,4% delas não tiveram tempo de sequer serem entubadas. 

Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da ​Crescer? É só clicar aqui e assinar!



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Gravidez/noticia/2021/09/apenas-13-das-gravidas-e-puerperas-estao-completamente-imunizadas-contra-covid-19-no-brasil.html