Wednesday, September 22, 2021

11 principais fake news sobre vacinas

https://ift.tt/3lOHM4n

Em tempos de redes sociais e grupos do WhatsApp – da família, dos amigos, dos conhecidos e desconhecidos –, fica mais complicado separar o que é real do que é inventado e disseminado como se fosse verdade. Por isso, infelizmente, muitas especulações e mentiras são divulgadas e, pior, várias pessoas passam a acreditar nelas e a repassar para frente, criando um nocivo círculo vicioso.

Com as vacinas não é diferente! Várias fake news – ou, em português, notícias falsas –circulam por aí. Cabe a nós checarmos em veículos de comunicação tradicionais e de credibilidade se elas procedem, além de, claro, validar com médicos, cientistas e outros profissionais de confiança.

Conheça as principais fake news sobre vacinas (Foto: Getty)

 

A seguir, veja as principais fake news que provocam dúvidas e, por vezes, atrapalham a vacinação das crianças.

1. "Se a BCG não deixar marca no braço é sinal de que não 'pegou'”

Desde 2019, segundo nota do PNI (Programa Nacional de Imunização), não é necessário revacinar quando não se desenvolve cicatriz, a tal marquinha no braço da criança. Essa orientação segue evidências da Organização Mundial da Saúde (OMS), que verificou que a ausência da marca não indica falta de proteção vacinal e nem que a revacinação traria benefício adicional.

+ BCG completa 100 anos: entenda a importância da vacina e tire suas dúvidas

2. "Vacina contra gripe provoca gripe"

O imunizante da gripe é feito de vírus inativado e tem zero chance de provocar a doença. Geralmente, a população toma a vacina entre o outono e o inverno, época em que o Ministério da Saúde recomenda a imunização, inclusive com campanhas. Nesse período, há uma porção de vírus que causam resfriados e gripes em circulação. Então, é possível tomar a vacina da gripe – que inclui proteção para uma série de vírus – e acabar sendo infectado por outras cepas. Além disso, existe um intervalo de 14 dias entre receber o imunizante e ele começar a fazer efeito. Mas uma coisa é certa: vacina contra gripe não causa gripe!

3. "Imunizantes podem deixar sequelas a longo prazo"

Nada disso. Doenças, sim, podem causar consequências a longo prazo. A grande maioria dos eventuais efeitos colaterais dos imunizantes ocorre já nos primeiros dias (ou semanas) após a vacinação. Além disso, antes de ser liberada para aplicação na população, uma vacina passa por uma longa bateria de testes até que se tenha certeza absoluta de que ela é segura e vai cumprir seu papel com eficiência.

+ Quais são os diferentes tipos de vacinas?

4. "Vacinas contra sarampo provocam autismo"

Essa notícia falsa tem a ver com um estudo fraudulento, que ligava a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) a casos de autismo e que foi publicado em 1998, na renomada revista científica, The Lancet. A responsabilidade por essa fake news foi de um médico que, posteriormente, teve seu registro cassado e suas afirmações refutadas em vários artigos científicos – inclusive na própria The Lancet, que se retratou, deixando claro que as conclusões da tal pesquisa eram falsas e não passavam de mentiras. Infelizmente, o estrago estava feito e, mais de 20 anos depois, esse segue como um dos maiores mitos que ligam vacina e autismo.

5. "É melhor ser imunizado pela doença do que pela vacina"

Os riscos de não vacinar e apresentar complicações por causa da doença são bem maiores do que eventuais reações adversas que as vacinas possam causar. A chance de uma doença evoluir e levar a internações hospitalares e comprometimentos agudos é reduzida significativamente pela imunização.

6. "Pessoas com imunidade baixa não devem se vacinar"

Nada disso. Existem algumas contraindicações apenas para pessoas imunodeprimidas, cujo sistema imunológico funciona pouco ou não funciona, como portadores de HIV, pacientes em tratamento quimioterápico ou com medicamentos imunossupressores. Essas pessoas não podem receber vacinas de micro-organismos atenuados. Alguns exemplos: BCG, pólio oral, febre amarela, tríplice viral, rotavírus, varicela, herpes zoster e dengue.

+ Como acalmar a criança na hora de tomar a vacina? Estudo orienta sobre o que fazer e dizer

7. "Tomar mais de uma vacina no mesmo dia sobrecarrega o organismo"

A criança tem uma resposta vacinal mais efetiva que os adultos, e não há sobrecarga do sistema imunológico com a aplicação de múltiplas doses no mesmo dia. Ao contrário: existem evidências de que a aplicação simultânea – as chamadas vacinas combinadas – melhora a formação de anticorpos sem aumentar significativamente os efeitos colaterais.

+ Quais vacinas podem ser feitas no mesmo dia?

8. "Imunizantes contêm mercúrio, que é perigoso para a saúde"

O timerosal (composto orgânico à base de mercúrio) é um conservante que está presente em algumas vacinas – nos frascos com mais de uma dose – e em pequena quantidade. Além disso, é devidamente metabolizado pelo organismo e não oferece risco algum à saúde.

9. "Grávidas não devem se vacinar"

Ao contrário. Há várias vacinas que são liberadas e recomendadas durante a gestação. Elas protegem não apenas a gestante, como também o bebê, por causa da passagem de anticorpos pela placenta. Exemplos de imunizantes que as gestantes devem tomar: contra gripe, tétano/difteria/coqueluche, hepatite B, pneumococo e covid-19.

10. "Vacinas causam microcefalia no bebê"

Não há nenhuma evidência científica que demonstre a associação entre vacinação de gestantes e microcefalia. É importante ressaltar que vacinas com vírus atenuados, caso da dupla viral (rubéola e sarampo) e da tríplice viral (rubéola, sarampo e caxumba) não devem ser aplicadas na gravidez. Isso ocorre para evitar dúvidas no diagnóstico, caso o feto tenha algum problema durante a gestação.

11. "Não é necessário tomar vacina contra doenças que já foram controladas"

É importante ter em mente que o controle de várias enfermidades, como sarampo, caxumba, rubéola, catapora, poliomielite e tantas outras ocorreu exatamente por causa da aplicação de vacinas e sua cobertura em níveis adequados. São elas que impedem os surtos e o ressurgimento desses males. Muitas pessoas não têm ideia de como elas podem ser perigosas, justamente porque, em função das vacinas, nunca viram casos de pessoas doentes por causa dessas doenças. Por isso, é tão fundamental que todos recebam as vacinas preconizadas no calendário do Programa Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde.

Fontes: Isabella Ballalai, infectologista, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações e Flávio Melo, pediatra com especialização pelo Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira (IMIP, Recife/PE).

 

 

Saiba como assinar a Crescer para ter acesso a nossos conteúdos exclusivos

 

 



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Quem-ama-vacina/noticia/2021/09/11-principais-fake-news-sobre-vacinas.html