Thursday, May 13, 2021

O que é amamentação em livre demanda?

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Apesar de a “Humãenidade” amamentar desde a criação da Terra (afinal eram só Adão e Eva e hoje somos quase 8 bilhões de mamíferos humanos), a sua imensa maioria partindo do aleitamento materno como sua primeira fonte de alimentação, ainda se discute sobre “mitos e verdades”.

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Amamentação deve ser preconizada nesta pandemia e em futuros cenários semelhantes, segundo a OMS (Foto: Foto de Mehmet Turgut Kirkgoz no Pexels)

 

E você encontra artigos sobre o tema (1.170.000 no Google). Escolha os seus: Leite fraco, dor, seios caídos, dieta para evitar cólicas, para ter mais leite, e... Você já ouviu todos esses e mais. E, com certeza, já recebeu explicações e informações e não repete mais tudo isso. Mas, mesmo assim, essas questões persistem.

Os “mitos” são gerados pelo desconhecimento, por questões sociais, econômicas, culturais, mercadológicas, e, de fato, podem interferir no sucesso da amamentação. 

Hoje, quero simplificar uma delas, e nos próximos textos, falo sobre outras, como amamentação exclusiva, amamentação prolongada, amamentação em público...

 

Livre demanda

Dentro do útero, o bebê respira por meio do cordão umbilical (os pulmões estão cheios de líquido amniótico e “não funcionam para isso”). Como? O tempo todo. Em “livre oferta”. Aí, no parto, após o corte do cordão umbilical, alguém diz que agora ele tem que respirar de 10 em 10 minutos? Não. Ele vai respirar quando precisar.

Dentro do útero, o bebê recebe o seu alimento através do cordão umbilical. Como? O tempo todo, em “livre oferta”, de acordo com sua necessidade. Aí, alguém corta o cordão umbilical e vai dizer que o bebê precisa mamar um ou dois seios, de 3 em 3 horas, 15 minutos de cada lado? Não.

“Ah, mas, se deixar, o bebê fica no peito o dia todo”. Mesmo? Você conhece alguma criança que fique 24 horas no seio, mamando? Se sim, oriente buscar ajuda. Algo não está indo bem no processo.

É preciso entender melhor o que é livre demanda: o bebê mama quando, quanto, pelo tempo que ele precisar.

Quando ele nasce, em seu estômago cabem, em média, 5 ml (uma colher de chá) por mamada. E por isso, ele precisa mamar com mais frequência para se saciar e crescer.

Após uma semana (em média): 50 ml; um mês: de 80 a 150 ml. Com o tempo, o bebê suga mais forte, o leite sai mais fácil e o tempo de sucção cai, enquanto aumentam a eficiência e o espaçamento das mamadas.

A livre demanda se ajusta com o tempo. Cada bebê terá seu tempo para isso. Ele cresce e em determinados momentos tem necessidade de mamar com mais frequência. Ele também pode buscar a mãe e seus seios quando sentir insegurança, quando passar por mudanças em seu desenvolvimento (rolar, se sentar, andar, falar).

Paciência. Carinho. E, sempre, tempo.

 

Dr. Moises Chencinski é pediatra, membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), editor do blog 'Pediatria Orienta' da Sociedade de Pediatria de São Paulo, multiplicador de Curso Oficial do Ministério (Foto: Arquivo Pessoal)

Dr. Moises Chencinski é pediatra, membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), editor do blog 'Pediatria Orienta'  da Sociedade de Pediatria de São Paulo, multiplicador de curso oficial do Ministério da Saúde para equipes de saúde da 'Avaliação do frênulo lingual em recém-nascido', criador e incentivador do movimento 'Eu Apoio Leite Materno'.

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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Colunistas/Moises-Chencinski-Eu-Apoio-Leite-Materno/noticia/2021/05/o-que-e-amamentacao-em-livre-demanda.html