Uma análise publicada recentemente pela revista científica Science sugere que as crianças que nasceram a partir de 2020 devem enfrentar cerca de 7 vezes mais ondas de calor extremo do que seus avós, nascidos há 60 anos. Os dados são mundiais.
De acordo com o Imperial College London, os cientistas acreditam, ainda, que essas crianças devem enfrentar em média 2,6 vezes mais secas, 2,8 vezes mais inundações de rios, quase três vezes mais quebras de safra (como é chamada uma redução significativa do que estava previsto para uma colheita) e duas vezes mais incêndios florestais no mundo, ao longo de suas vidas.
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores calcularam a exposição média em cada um desses desastres naturais para cada geração, nascida entre 1960 e 2020, em todos os continentes do mundo. No entanto, se a meta do Acordo de Paris for cumprida - que prevê limitar o aquecimento global a 1,5°C, em vez de seguir as políticas atuais que colocam o mundo em um curso de aquecimento superior a 3°C - seríamos capazes de reduzir substancialmente o nível de ondas de calor extremo, incêndios florestais, quebras de safra, secas, ciclones tropicais e inundações de rios, ainda segundo o Imperial College.
O coautor do estudo, Dr. Joeri Rogelj, membro do Instituto Grantham - Mudanças Climáticas e Meio Ambiente, afirmou, em entrevista ao Imperial College, que esse estudo ajuda a comprovar “as injustiças das mudanças climáticas ao longo das gerações, bem como as responsabilidades climáticas dos adultos de hoje”. “A consequência de as crianças sofrerem sequências sem precedentes de extremos climáticos ao longo de suas vidas agora pode ser atribuída à falta de ação dos adultos de hoje”, acrescentou.
“O estudo basicamente significa que as pessoas com menos de 40 anos hoje viverão uma vida sem precedentes, mesmo sob os mais rigorosos cenários de mitigação das mudanças climáticas. Nossos resultados destacam uma grave ameaça à segurança das gerações jovens e pedem reduções drásticas de emissões para salvaguardar seu futuro”, acrescentou o autor principal da análise, Professor Wim Thiery, ao Imperial College.
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