Uma em cada 44 crianças de 8 anos de idade foi identificada com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), de acordo com uma análise de dados de 2018 divulgada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, no início de dezembro.
O valor é superior à estimativa anterior, publicada em março de 2020, quando a prevalência encontrada era de 1 em cada 54 crianças de 8 anos. Houve, portanto, um salto na taxa, que passou de 1,9% para 2,3%. Esse aumento é atribuído ao melhor acesso a intervenções precoces que resultam em identificação mais abrangente da condição.
“O progresso substancial na identificação precoce é uma boa notícia porque quanto mais cedo as crianças são diagnosticadas com autismo, mais cedo elas podem ser conectadas a serviços e suporte”, afirmou Karen Remley, diretora do Centro Nacional de Defeitos Congênitos e Deficiências de Desenvolvimento do CDC. “Acessar esses serviços em idades mais jovens pode ajudar as crianças a ter um melhor desempenho na escola e a ter uma melhor qualidade de vida”, acrescentou.
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Para chegar a essa conclusão, o CDC coletou dados de 11 comunidades da rede de Monitoramento de Deficiências de Desenvolvimento e Autismo (ADDM, na sigla em inglês), incluindo Arizona, Arkansas, Califórnia, Geórgia, Maryland, Minnesota, Missouri, Nova Jersey, Tennessee, Utah e Wisconsin. Embora esses estados não sejam uma amostra representativa de toda a população dos Estados Unidos, os pesquisadores rastrearam as mudanças na prevalência do autismo nessas áreas desde 2000 para compreender o desenvolvimento do transtorno ao longo do tempo.
O levantamento apontou que as taxas de autismo variaram muito nos Estados Unidos. A Califórnia teve a maior taxa de incidência, com 1 em cada 26 crianças (3,9%) de 8 anos recebendo o diagnóstico. Já Missouri teve o valor mais baixo, com 1 em cada 60 crianças (1,7%) nessa faixa etária sendo avaliada com o transtorno.
Além disso, também foram descobertas algumas diferenças quanto ao gênero e a raça. Entre os pequenos de 8 anos, os meninos tiveram uma probabilidade quatro vezes maior de serem diagnosticados com autismo do que as meninas. Já entre negros, brancos e asiáticos, a prevalência do transtorno foi semelhante, no entanto menos crianças hispânicas foram identificadas com autismo do que as negras ou brancas.
Os dados também mostraram que cerca de um terço (35,2%) das crianças com diagnóstico de autismo também tinham deficiência intelectual. Essa porcentagem foi maior entre as negras (49,8%), quando comparadas às brancas ou hispânicas. De acordo com o relatório, mais estudos são necessários para entender por que essa disparidade continua existindo. Mas, de maneira geral, as variações nas taxas de incidência podem estar relacionadas ao acesso a serviços que identificam e dão suporte a crianças com autismo e suas famílias.
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