A pandemia do coronavírus aumentou o número de crianças que precisam de assistência social, segundo uma pesquisa da Associação de Diretores de Serviços para Crianças (ADCS, sigla em inglês), do Reino Unido. Segundo o estudo, divulgado no site britânico Daily Mail, havia 51.510 crianças sujeitas a planos de proteção infantil na Inglaterra, em março de 2020, representando um aumento de 76%, desde 2008. Em setembro, depois que a covid-19 se intensificou, esse número aumentou mais 4%, para cerca de 53.800 crianças em toda a Inglaterra.
Ao longo dos seis meses a partir de março, as autoridades locais disseram que mais crianças continuaram participando de planos sociais e menos foram retiradas dos planos devido ao risco potencial elevado e à ausência de outros serviços de apoio.
Por mais de uma década, a ADCS vem coletando dados de autoridades locais sobre assistência social às crianças. Recentemente, a instituição analisou o quadro social das crianças entre 2019 e 2020 e também durante a pandemia até 30 de setembro.
Foram constatados 642.980 encaminhamentos para a assistência infantil em 2019/20, um aumento de 19% desde 2008. Nos seis meses até 30 de setembro, houve 284.400 encaminhamentos para assistência social de crianças, com mais jovens sendo encaminhadas para serviços de assistência social.
A ADCS disse que os aumentos vão além do crescimento populacional, acrescentando que os cortes nos orçamentos das autoridades locais na última década impediram os serviços de fornecerem apoio direcionado e precoce para evitar que as famílias cheguem ao ponto de crise.
Jenny Coles, presidente da ADCS, disse que a pesquisa mostra as dificuldades que as autoridades locais têm em atender os que precisam "em um cenário de queda de 50% em termos reais no financiamento do governo local na última década. "Algumas crianças e jovens terão vivido os últimos meses traumáticos, estressantes ou mesmo assustadores e já estamos começando a ver novas famílias em perigo com a qual não tínhamos trabalhado antes", diz ele. “No entanto, o verdadeiro efeito da pandemia nas crianças, famílias e serviços infantis ainda não é conhecido e será sentido por muitos anos".
Segundo o presidente, a pandemia ainda agravará os desafios como a pobreza, fome, problemas de saúde dos pais e violência doméstica. Um porta-voz do Departamento de Educação britânicos disse que o governo visa apoiar as famílias vulneráveis. "Essa é razão pela qual mantivemos escolas e creches abertas para crianças vulneráveis, incluindo aquelas com assistentes sociais. "Nossos dados mostram que não houve aumento perceptível nos encaminhamentos para serviços de assistência social infantil entre abril de 2020 e janeiro de 2021, em comparação com os três anos anteriores, mas o departamento continua monitorando essas pressões durante a pandemia", disse ele.
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