CASA-ESCONDERIJO
Uma pequena selva foi plantada no entorno do clubinho, nome dado a uma casa no jardim para quatro irmãos com paisagismo de Rodrigo Oliveira. Entre as espécies que permeiam a área, há guaimbês, pleomeles, liriopes e justicia-vermelha. A construção foi feita sob medida pela Casinha de Brincar com madeiras nobres, como itaúba e cedro-vermelho. Para as janelas, em vez de vidro, foi utilizado acrílico, que garante mais proteção, inclusive contra raios UV. O acesso das crianças acontece ora por uma escada de toras de madeira, ora pela escalada de corda. Há ainda um cano de bombeiro por onde as descidas ocorrem em velocidade. “Como tenho meninos e meninas, eu queria um modelo de casa-esconderijo.
SUSPENSA ENTRE AS COPAS
Ao completar 7 anos, Clara ganhou da mãe, a cineasta Joana Mariani, uma casinha cinematográfica. Projetada por Joana em parceria com o marceneiro Fernando Kuncevicius, o modelo traz paredes de madeira de pinho pintadas de branco e teto, do mesmo material, que posteriormente ganhou cobertura de palha. Para as janelas e a escada de acesso, optou-se pela pintura com tinta rosa. Sobre o guarda-corpo, pequenas floreiras no mesmo tom possibilitam o plantio de ervas e temperos. A construção é sustentada por vigas de madeira rústica e fica bem próxima da copa de duas árvores que a ladeiam. Para deixar o espaço ainda mais atraente também durante as brincadeiras noturnas, a casa foi cercada por gambiarra, que são aqueles varais de luzes próprios para o uso em áreas externas.
LIÇÕES DE ARQUITETURA
Os traços arredondados da pequena construção, que totaliza 16 m², entregam que seu autor tem bagagem no assunto. O arquiteto Rodrigo Ohtake propôs uma estrutura que envolvesse a árvore existente, apenas abraçando-a, sem sobrecarga de peso. Para isso, foi necessário planejar pilares de sustentação, além de um escorregador, cano de bombeiro e uma escada de marinheiro.“Eu quis fugir do tradicional, usando linhas orgânicas e modernas, até porque a criança tende a assimilar o lúdico melhor que o adulto”, diz Rodrigo. No telhado, uma manta impermeabilizante protege a casinha de intempéries. Já o verniz náutico é uma boa alternativa para prolongar a vida útil da madeira, principalmente.
PAI EM AÇÃO
Preservar árvores existentes nos projetos que assina não é uma raridade
para a paisagista Catê Poli. Neste jardim, os dois pinheiros existentes ganharam um valor ainda mais especial, pois serviram de base para a casinha construída pelo próprio morador, Fernando Korkes, para seus três filhos. A fim de garantir a diversão e a segurança das crianças, o projeto exigiu certo estudo: “Como duas árvores nunca balançam do mesmo jeito com o vento, deixamos a estrutura bem presa a uma delas e com um certo vão na outra, impedindo que a madeira venha a romper”, justifica. Para embelezar a área, Catê coordenou plantas como asplênios, filodendros e pleomeles ao redor da casa.
CASTELO MODERNO
As quatro netas de Vitor Hugo costumam preferir a casa do avô a outros passeios desde que ele encarou sozinho o projeto da casinha que hoje fica no jardim. Em sua “marcenaria de fim de semana”, Vitor posicionou a estrutura de pínus de 4,38 m² sobre um tablado do mesmo material. “Esse tipo de madeira não é o melhor em termos de durabilidade, mas é leve e macio, fácil de trabalhar”, explica o arquiteto Diego Revollo, filho de Vitor Hugo e tio das meninas. “De qualquer maneira, as crianças vão crescer, e não há a necessidade de a casinha ser eterna”, complementa. Além do jasmim-manga que dá flores brancas, o paisagista Ronaldo Kurita ladeou o guarda-corpo com um canteiro de moreias.
*Thaís Lauton é jornalista especializada em decoração, design e paisagismo,
diretora editorial de casa e jardim e mãe dos gêmeos Isa e Theodoro, 7 anos
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