“Na pandemia, meu filho de 6 anos pede lanche a toda hora! Ele também tem comido mais bolachas, iogurtes... Tento evitar doces, mas ele diz que está sempre com fome. Pode ser compulsão alimentar?”
Iolanda Martins, via Facebook
Um diagnóstico de compulsão alimentar é complexo e deve ser avaliado de perto por uma equipe multiprofissional. Porém, de forma geral, esse tipo de pedido do seu filho pode estar ligado a questões comportamentais mesmo, influenciadas também pela ansiedade generalizada que todo mundo tem vivido por causa da pandemia.
A mudança na rotina, a ansiedade, o aumento da vontade de comer e/ou “beliscar”, aliada a um estilo de vida mais sedentário têm feito muitas crianças, inclusive, ganhar peso em excesso. Diante disso, converse com seu pequeno, explicando, na linguagem dele, o que está acontecendo e convide-o a fazer pequenas alterações, por exemplo, combinando os horários das refeições. Se precisar, faça uma tabela e cole na porta da geladeira.
Estipule também o horário de dormir. Crianças que vão para a cama tarde tendem a ter mais vontade de comer carboidratos ao longo do dia (e adultos também). Uma dica importante para os pais: evitem comprar doces, guloseimas e produtos como refrigerantes, suco de caixinha, bolachas industrializadas, macarrão instantâneo e ultraprocessados em geral.
Tenha a geladeira e a despensa repletas de comida de verdade: verduras, frutas, arroz, feijão e proteínas. Prefira bolos caseiros, panquecas, pães e pastinhas saudáveis. E não deixe de levá-lo ao pediatra e a um nutricionista materno-infantil. Além de avaliar seu estado nutricional, esses profissionais poderão orientá-lo e motivá-lo a fazer todas as pequenas mudanças necessárias.
Agenda alimentar
Este exemplo de cronograma se aplica a uma criança em idade escolar. É importante evitar comer nos intervalos além de priorizar refeições equilibradas.
7H - CAFÉ DA MANHÃ
12H - ALMOÇO
15H - LANCHE DA TARDE
18H - JANTAR
20H - CEIA
21H - HORA DE IR PARA A CAMA
Andreia Friques é nutricionista materno-infantil, mestre em Ciências Farmacêuticas, presidente da Associação Brasileira De Nutrição Materno-Infantil (ABRANMI) e mãe de Miguel, 11, e Davi, 7. É autora de Nutrição Materno-Infantil. Mande sua dúvida para
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