“Durante estes meses da quarentena, meu filho começou a tirar a roupa para brincar pelado. Não quero ficar repreendendo o menino o tempo todo. O que fazer?”
Vanessa Paranhos de Araújo, 40 anos, mãe de Bento, 3
Conversa descontraída
"Meu filho também gosta bastante de ficar sem roupa. Alguns dias ele faz birra e chora, mas tento inovar na hora de me comunicar, propondo brincadeiras, como se vestir enquanto dançamos uma música, por exemplo."
Mayara Rodrigues Sant'anna de Abreu, mãe de Heitor, 2
Observe os sinais
"Passei a prestar atenção e percebi que, quando meu filho ficava pelado, era porque queria ir ao banheiro. Nessa fase, as crianças estão descobrindo o corpo e as sensações. Levar esses sinais em conta foi fundamental por aqui."
Caroline Romeiro Carpena, mãe de Pedro, 3
Faça combinados
"Sempre deixei meu filho brincar à vontade por um tempo e, depois, negociava para que colocasse pelo menos a cueca. E reforçamos com ele que esse comportamento não é legal quando pessoas estranhas estão por perto."
Alessandra Contel, mãe de Matheus, 8
De olho no tecido
"Vale conferir se a roupa ou as etiquetas estão trazendo algum incômodo. Minha filha, por exemplo, apresenta irritabilidade com certos tipos de tecidos e cores. Hoje, sabemos quais peças e texturas são suas favoritas."
Karoline Oliveira, mãe de Manuella, 3
Palavra de especialista
Tem hora para tudo
Não há razão para preocupação: é absolutamente normal que, nessa fase, entre 2 e 3 anos, a criança fique mais impositiva e apresente episódios de birra. Por isso, essa “desobediência” na hora de se vestir não precisa ser encarada como um bicho de sete cabeças. Ela é um sinal de que seu filho está aprendendo a tirar a roupa sozinho e que, em alguma medida, quer mostrar e praticar essa habilidade nova. Apesar disso, é preciso estabelecer certos limites – sempre com gentileza, evidentemente – para que isso não se transforme em um mau comportamento recorrente mais para a frente. O primeiro passo é acolher as emoções da criança e esperar um momento em que ela esteja mais calma e aberta para conversar. É importante explicar e deixar claro que existem situações em que podemos ficar sem roupa e outras em que é necessário, sim, estar vestido, sobretudo perto de estranhos. Nesse sentido, criar uma rotina com horários bem definidos pode ajudar. Transformar a troca de roupas numa brincadeira também é uma boa: dispor de camisetas de personagens, fingir que as peças têm superpoderes, cantar e dançar enquanto se trocam…
Tahiana Borges, psicóloga especialista em maternidade e orientadora parental (BA)
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