No ar com o personagem Téo, em A dona do pedaço, da TV Globo, Rainer Cadete, 32, está em um ritmo acelerado de gravações. O ator, que já acumula um extenso currículo na televisão — conhecido por interpretar o advogado Rafael, em Amor à vida, e o booker Visky, em Verdades secretas —, ele não descuida dos cuidados e da atenção com o filho Pietro, de 12 anos.
A paternidade chegou cedo, aos 19 anos. Pietro é fruto do relacionamento com a atriz e ex-bailarina do Faustão, Aline Alves. Hoje, solteiro, ele afirma que a relação entre pai e mãe deve ser de equilíbrio para não prejudicar a criação dos filhos. "Não há modelo definido a ser seguido. O principal é não haver competição, mas somar afeto. Em qualquer condição", diz.
Em um bate-papo com a CRESCER, o ator falou sobre paternidade, responsabilidade e a relação à distância que mantém com o filho. Confira!
Os homens estão cada vez mais participativos. Tanto nas tarefas domésticas quanto nos cuidados com os filhos. Como é na sua casa?
Participo ativamente do cotidiano do Pietro. Por conta de minha carreira artística, preciso estar distante de Brasília, onde meu filho mora atualmente, mas faço questão absoluta de dedicar uma parte importante do meu dia para conversarmos e mantermos esta conexão metafísica, mesmo não estando próximo fisicamente. Quando estou na cidade, em casa, não me abstenho de nenhuma tarefa doméstica. Precisamos preparar nossos filhos para a independência, e compartilhar tarefas domésticas faz parte deste caminho. Minha mãe sempre dizia: "Não podemos criar nossos filhos para nós mesmos, mas para ganharem o mundo".
Quais são os principais desafios e dificuldades dessa paternidade ativa?
Eu sempre digo que um pai nasce depois do filho. Sofre o parto de si mesmo, diferente da mulher, que gera a criança e no final do processo torna-se mãe. No caso da paternidade, um filho te faz agir para cuidar dele, mas mobiliza a enfrentar importantes desafios pessoais, não só acerca da responsabilidade, mas da coexistência. O Pietro é o ápice da existência do Rainer. É o momento em que duas pessoas foram conectadas para sempre. Ele é o meu coração batendo fora do meu peito. Não é minha propriedade, mas minha continuidade existencial. Tento ser compreensivo com o tempo dele para o desenvolvimento afetivo e intelectual. Não o faço pular fases.
Qual é o conselho que você daria para um novo pai?
Eu faço parte de uma geração que tem sede de liberdade e que adora estar no controle. Ter um filho é perder tudo isso, para se ganhar, no instante seguinte, o universo inteiro. Não se preocupe em aprender, as coisas acontecerão naturalmente. O importante é estar inteiro. E de coração, é a maior conexão que você vai poder vivenciar em sua passagem por esta ervilha, que chamamos de planeta.
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