Wednesday, August 28, 2019

5 respostas para as perguntas mais comuns sobre alimentação infantil

Fruta; Choro; Alimentação (Foto: Thinkstock)

 

1. O que é melhor na introdução alimentar: papinha ou BLW?
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que a alimentação complementar tenha início por volta dos 6 meses. Até 1 ano, o leite materno ainda é uma fonte de proteína importante para a criança. As primeiras comidas devem conter tubérculos (batata, mandioca, inhame...) amassados com garfo (nunca batidos no liquidificador ou mixer) e, aos poucos, verduras, frutas e carnes (em pedaços pequenos) também podem ser oferecidos. É importante que os alimentos sejam colocados em porções separadas – nada de misturar tudo – para que o bebê aprenda a diferenciar sabores e texturas. O método BLW (baby led weaning, em inglês), no qual o bebê leva os alimentos em pedaços sozinho até a boca, pode ser testado paralelamente, mas não como única opção. Isso porque a criança pode apenas brincar e não ingerir a quantia de nutrientes necessária.

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2. Como saber se meu filho está comendo o suficiente?
De um modo geral, o pediatra vai avaliar o desenvolvimento da criança, o que inclui o peso e a altura. Também pode pedir exames de sangue, se achar necessário, para checar os níveis de ferro, vitaminas e outros nutrientes. Vale reforçar que, assim como os adultos, algumas crianças comem mais, outras menos. Então, fuja de comparações.

3. Quando a criança já pode comer açúcar?
A recomendação é que alimentos adoçados sejam evitados até o segundo ano. Não é exatamente uma proibição, mas, como não há nenhum benefício, convém evitar.

4. Meu filho não come nada. O que fazer? Dá desespero de ver!
Para começar, o pediatra vai avaliar de perto o que você quer dizer com “não come nada”. Muitas vezes, a criança come pouco, mas o necessário para se desenvolver bem, o que vai de encontro às expectativas dos pais. Ou então, rejeita um alimento ou um tipo de preparo, o que também é normal. A partir daí, se de fato houver algum problema com a alimentação, o especialista pode solicitar alguns exames para checar se há alguma condição física que esteja por trás disso (doenças no aparelho digestivo e/ou respiratório, por exemplo). A maioria das queixas relacionadas à nutrição na infância, porém, são comportamentais. A saída para melhorar a situação, em geral, é criar uma rotina alimentar agradável, sem distrações, incentivando as refeições em família sempre que possível. Também vale oferecer os alimentos recusados mais vezes e de outras formas (se ela não gosta de espinafre refogado, ele pode ser adicionado a panquecas...), além de substituí-los por outros do mesmo grupo alimentar. Mas atenção, forçar a criança a comer ou fazer chantagens não adianta.

5. Como evitar a obesidade infantil desde cedo?
A prevenção é mesmo a palavra-chave, já que o tratamento da obesidade, uma doença complexa e multifatorial, dá mais trabalho. E ela começa na gestação, porque o estado nutricional da grávida influencia o peso do bebê desde o início da vida. Uma pesquisa realizada no ano passado pela Universidade do Sul da Califórnia (EUA) mostrou que a carência de vitamina D na gravidez, por exemplo, aumenta a chance de a criança se tornar obesa na primeira infância. O aleitamento prolongado (por 2 anos ou mais) também é um fator de proteção contra a obesidade. Por último, o básico: a introdução alimentar deve ser feita no período recomendado e de forma adequada (quanto mais equilibrada e natural, melhor); a família tem de incentivar bons hábitos alimentares e a criança deve ter uma vida ativa.

 

6. Posso dar suplementos alimentares para o meu filho?
A suplementação só deve ser realizada com supervisão do pediatra, que vai checar antes se o seu filho realmente tem carência de algum nutriente. Uma pesquisa publicada no Journal of Adolescent Health (EUA) feita com crianças, adolescentes e jovens adultos mostrou que suplementos vendidos com o objetivo de aumentar a massa muscular, emagrecer ou fornecer mais energia oferecem três vezes mais risco de reações adversas do que vitaminas, por exemplo.

7. Ele só quer comer na frente do celular ou do tablet. E agora?
Esse tipo de distração na hora de comer é prejudicial porque a criança não consegue perceber o quanto come (levando-a a ingerir mais ou menos comida do que precisa), ou seja, atrapalha a saciedade. O hábito também interfere no reconhecimento da textura e do sabor dos alimentos – e tudo isso pode levar à obesidade, entre outros problemas alimentares.  O ideal é fazer o pequeno se concentrar nos alimentos. Converse com ele, conte uma historinha sobre determinada comida, faço-o perceber as diferenças de sabor, formato, textura...

8. Eu não consumo alimentos com lactose e glúten. Posso eliminá-los da alimentação do meu filho?
A restrição desses ou de outros grupos alimentares só é indicada quando houver de fato um diagnóstico que a recomende, como é o caso de pessoas com a doença celíaca, que devem abrir mão do glúten. Do contrário, pode até mesmo ser prejudicial, já que a criança vai deixar de consumir certos nutrientes.

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9. Os alimentos orgânicos causam menos alergia nas crianças?
Eles podem ser mais saudáveis porque contêm menos agrotóxicos – apenas cheque se possuem uma certificação adequada, ou seja, se são de fato orgânicos. Mas não quer dizer que sejam menos alergênicos. Se o seu filho tiver alergia a uma determinada substância, como castanhas, por exemplo, vai apresentar reações alérgicas de qualquer maneira, seja o alimento orgânico ou não.

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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Bebes/Alimentacao/noticia/2019/08/meu-filho-nao-come-nada-o-que-fazer.html