Friday, August 30, 2019

Rafa Brites sobre segundo filho: "Estou na espera... De ter vontade"

Rafa Brites com o filho, Rocco (Foto: Instagram)

 

Estou nessa espera. A espera de ter vontade.

Não sei se me doei demais para a primeira gravidez, mas é bem difícil para mim, com um filho que ainda nem desfraldou, pensar em um segundo agora. Acho que na primeira semana de vida do Rocco, quando eu ainda estava com os pontos da cesariana, alguém me fez essa pergunta. Quando vem o segundo? E, desde lá, escuto a mesma indagação, quase diariamente, de amigos ou em entrevistas: você quer um segundo filho?

Minha resposta é sempre que sim. Eu quero mais um ou dois filhos. Mas não agora. Agora, o que eu quero é um irmão para o Rocco. Nossa, isso eu quero demais. Chego em casa, às vezes, e o vejo brincando sozinho na sala. Chego até a imaginar outra criança ali. Um menininho ou uma menininha, tanto faz. Seria tão bacana. Mas nos dias em que eu e o pai dele podemos ficar o tempo todo com ele, esses irmãos já não são tão necessários assim.

 

Este sentimento me fez refletir sobre o fato de que, talvez, para que aconteçam novamente os nove meses de gravidez, o parto, a amamentação e a criação de outro ser humano, sejam necessários mais motivos do que apenas o desejo de uma companhia para o meu amado filho. Precisamos querer um novo filho, um novo tudo! Novas canções de ninar, um novo cheirinho de bebê pela casa, um novo enxoval, um novo nome. Quero muito fazer um chá de bebê. E ficar horas conversando com ele dentro da barriga. Quero estar com aquela vontade enorme de maternar outra vez.

Se tem uma frase que me assusta é aquela: “Ah, já emenda aí e sofre tudo logo. Cria junto e resolve o problema”. Nada contra quem pensa assim, mas, para mim, é estranho.

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Meu pai veio de uma família de oito irmãos. Meu avô, pasmem, tinha 17. Na minha casa, somos em três irmãs, com sete anos de diferença cada. Ainda tem todo o lado da minha mãe, que tem três irmãos. Minhas memórias são de casa sempre cheia, confusão, às vezes, brigas, mas de muita união. Quando minha avó estava doente, lembro dos meus tios se revezando para cuidar dela. Tenho um lado futuramente egoísta e louco, que pensa: será que meus filhos vão cuidar de mim? Aquela lenda de que fica pesado para os filhos únicos...

Indo para um lugar mais profundo, acho que temos medo de não amar os outros filhos tanto quanto amamos o primeiro. É lógico que, em minhas pesquisas, feitas, inclusive, com a minha própria mãe, já descobri que isso não existe. Até porque eu sou a terceira, e ficaria bem chateada se descobrisse que o amor é limitado e que quem chega por último ganha menos. O que escuto é que o sentimento cresce em progressão geométrica, pois, além do amor para cada um, surge um outro amor, aquele que acontece quando a gente vê os irmãos juntinhos.

Tenho certeza de que um dia terei essa oportunidade de ver meus filhos abraçando seus irmãos.

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Rafa Brites é repórter, apresentadora e mãe de Rocco, 2 anos. (Foto: Reprodução/Instagram)

 



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