“Um bom exemplo é o melhor sermão”. A máxima, cuja autoria é atribuída a Benjamin Franklin — o célebre político e inventor norte-americano do século XVIII — não poderia ser mais atual. Tanto que, garantem os pediatras contemporâneos, o cuidado com a alimentação e a saúde das crianças, assim como a prevenção da obesidade infantil, deve começar a partir do comportamento dos pais.
Na casa do gerente de negócios Rafael Tirp, de 33 anos, e da administradora e personal organizer Edenir Tirp, de 32, todas as refeições têm hora certa para acontecer. Os filhos do casal - Davi, de 4 anos, e Arthur, de 3 - convivem com horários e alimentos saudáveis desde que estavam na barriga da mãe. Na mesa dos Tirp não entram condimentos industrializados ou comidas congeladas. O sabor vem dos próprios alimentos e de temperos naturais.
“Uso muitos legumes, tomate, cebola e pimentão, que dão sabor. Faço sopas, cozidos e deixo tudo congelado”, conta Edenir, que nasceu e cresceu em Coroatá, no interior do Maranhão, onde foi acostumada a fazer refeições naturais.
Para o casal, cliente do plano de saúde premium Amil One, cultivar uma rotina saudável não é mérito heroico de ninguém. O segredo, eles garantem, está na organização. Davi e Arthur têm horário para o café da manhã, lanche, almoço, lanche da tarde e jantar. Rafael brinca que os filhos já estão tão acostumados que o relógio biológico deles “apita” quando está perto da hora de comer. Além disso, eles acreditam que o gosto por alimentos saudáveis vem de berço.
“Quando você é acostumado desde pequeno a comer frutas e legumes, cresce com o paladar adaptado. Procuramos também variar o cardápio. Se um dia é suco de maracujá, no outro é de goiaba e por aí vai. E eles sempre tomaram muita água. Hoje, eles nos pedem água direto. Isso ajuda no metabolismo como um todo”, explica o pai.
Edenir procura sempre variar o cardápio, buscando alimentos novos para que o paladar dos meninos fique cada vez mais aberto. Morando em São Caetano do Sul, no ABC paulista, ela procura comprar legumes e verduras frescos em feiras. Para ela e o marido, os cuidados com a saúde não param por aí.
Enquanto ela faz caminhadas e academia, ele curte pedalar na companhia de Davi e Arthur de duas a três vezes por semana, além de frequentar parques ao ar livre, onde eles podem brincar à vontade. A preocupação não vem só da cultura do casal. Rafael tem dentro de casa exemplos de que a falta de cuidado pode trazer problemas de saúde.
“Minha mãe teve obesidade e diabetes. Tentou dieta, mas optou pela cirurgia bariátrica. Outros parentes também têm excesso de peso. Então, tenho que estar atento. Comer mal e ficar sem atividade é um risco”, pontua.
Adalberto Stape, pediatra da rede do plano de saúde premium Amil One, que atua no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, avaliza a cultura do casal. Para ele, é fundamental que os pais sejam parceiros dos filhos e compartilhem com eles alimentação saudável, atividades ao ar livre e o momento das refeições.
“Não adianta os pais falarem que é bom comer cenoura se eles mesmos não comem. O exemplo é a coisa mais importante. É necessário expor a criança a alimentos saudáveis naturalmente. O cardápio precisa ser o mesmo para todo mundo. E é fundamental que os pais estejam presentes à mesa, comendo junto”, alerta ele.
De acordo com ele, a vida nas grandes cidades e a mudança cultural que aconteceu nos últimos cem anos acabou desencadeando hábitos pouco saudáveis, como a inclusão de fast-foods e alimentos prontos na dieta das famílias e a pouca prática de exercícios.
Stape alerta que é fundamental a criança se concentrar na hora da refeição, para que ela perceba o prazer de comer e sinta o gosto de cada alimento: “Muitos pais distraem a criança com tablets, computador e videogame na hora da refeição. Ela fica vendo desenho e não sabe o que está comendo. É preciso ter o tempo reservado para comer”.
O pediatra ressalta ainda que o aleitamento materno é fundamental em um período de, pelo menos, seis meses - e pode ir até a criança completar dois ou três anos de idade. “Esse é um grande fator de prevenção da obesidade. Deixa o corpo da criança equilibrado, com a flora intestinal mais adequada. E ensina a criança os limites em relação à quantidade. Muitas vezes ela quer mais leite e a mãe não tem. Ela aprende a ter saciedade”, conclui.
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Publieditorial/Amil-One-alimentacao-infantil/noticia/2019/08/pais-sao-fundamentais-para-relacao-saudavel-de-filhos-com-alimentacao.html