Friday, October 22, 2021

Dr. Carlos Gonzáles: "Aceite que seu filho gosta mais de algumas coisas e menos de outras, como todo mundo"

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Os bebês costumam comer de tudo. Sim, são capazes de comer até papel. Como não vão comer uma simples verdura? Você só tem de colocar pedacinhos de comida na frente dele, deixá-lo tranquilo e, assim, ele levará à boca, como faz com todo o resto.

Bebê comendo brócolis (Foto: Thinkstock)

 

No entanto, a partir de 1 ano, a maioria das crianças “deixa de comer”, tanto em quantidade, como em variedade. Comem menos do que antes, porque estão crescendo mais devagar e já não precisam de tantas calorias. E, sobretudo, passam a ficar muito mais seletivas. Elas se negam a experimentar alimentos desconhecidos e recusam também muitos dos que já conheciam.

– Não quero peixe.
– Mas está uma delícia.
– Não gosto de peixe!
– Mas você gostava tanto... Sempre comia peixe.
– Eu nunca comi peixe!

E dali não sairemos, até que tenhamos registrado em vídeo a criança comendo um peixe com gosto.

Algumas das preferências mudam, de acordo com a temporada: um dia, eles amam ovo cozido, não querem outra coisa… Algumas semanas depois, o ovo cozido vira história, fica no passado, agora querem bananas, muitas bananas, sempre bananas.

Mas a tendência geral é ter uma dieta cada vez mais restrita, e uma alimentação, além de tudo, parecida entre as crianças. Quando um restaurante oferece um “menu infantil”, é filé de peixe e espinafre ou macarrão e frango?

Isso não significa que devemos oferecer macarrão diariamente. Só que, no dia em que tem macarrão, batatas, hambúrgueres… a criança vai dizer: “Hummm, que delícia!”, e comerá mais. Por outro lado, quando for servido peixe, lentilha, acelga, pode ser que diga: “Eca, sempre lentilhas!”, e coma um pouco menos. Não é preciso dizer nada, não é preciso insistir, prometer, chantagear ou distraí-la para que coma. Aceite, simplesmente, que seu filho gosta mais de algumas coisas e menos de outras, como todo mundo.

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Não é necessário insistir, entre outros motivos, porque você nunca vai fazer isso em relação ao que a criança gosta, porque ela já estará comendo. Vai insistir com o que ela não gosta e, principalmente, com o que você considera mais saudável. “A mamãe preparou essas lentilhas com tanto carinho! Não diga que você não gosta do peixe se você não experimentou! O espinafre tem muitas vitaminas!” E, assim, o que não era mais do que uma preferência acaba se transformando em uma guerra. O espinafre, que seu filho gostava um pouco menos, ele agora odeia de morte, porque cada vez que tem a verdura no prato, seus pais ficam chatos. O macarrão, de que antes gostava um pouco mais, agora ama, porque é a única coisa que os pais o deixam comer com tranquilidade.

Dr. Carlos Gonzáles (Foto: divulgação)

 

 

 

 

 

 

 

 

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