Mais da metade das pessoas com infecção forte de covid não relatou nenhum dos principais sintomas da doença. É o que revelou um estudo feito pelo Office for National Statistics (ONS), instituto de estatística britânico, para avaliar as características de pessoas com teste positivo para a covid no Reino Unido. As conclusões dessa pesquisa reforçam que pessoas estão espalhando o vírus, sem saber que estão infectadas, o que permitiu que o coronavírus se espalhasse de forma agressiva pelo mundo. Em março de 2021, o ONS apontou que 53% das pessoas com carga viral forte ou alta não relataram nenhum sintoma, em comparação com 47% dos pacientes que descreveram os sintomas.
Fadiga, dor de cabeça e tosse foram os sintomas mais relatados entre as pessoas que testaram positivo para a covid-19. Segundo informações do Independent, site britânico, a pesquisadora do ONS, Sarah Crofts, explicou que os sintomas clássicos de fadiga, dor de cabeça e tosse ainda são os mais comumente relatados por pessoas infectadas com o vírus. No entanto, a especialista também alerta que muitas pessoas são assintomáticas. “Cerca de metade dos que testamos não relatou nenhum sintoma, mesmo tendo altos níveis do vírus em seu corpo. Isso reforça que as pessoas da comunidade podem, sem saber, ter o vírus e, potencialmente, transmiti-lo a outras pessoas", diz. “É vital continuarmos medindo os níveis de infecção na população e coletar informações sobre os sintomas para que possamos identificar quaisquer alterações que possam, de outra forma, passar despercebidas”.
Em março de 2021, 36% das pessoas com teste positivo forte relataram os sintomas clássicos (tosse, febre, falta de ar, perda do paladar ou olfato). Perda de paladar ou olfato apenas e sintomas gastrointestinais foram os sintomas menos relatados, com 18% das pessoas com teste positivo relatando uma perda apenas de paladar e olfato e 15% relatando sintomas gastrointestinais (dor abdominal, náuseas ou vômitos ou diarreia).
A força da infecção foi determinada baseada na rapidez com que o vírus foi detectado em testes de laboratório. A detecção mais rápida significa que o paciente pode ter uma carga viral mais elevada no corpo, resultando em um resultado positivo mais forte. Alguns pacientes com um resultado alto foram excluídos da pesquisa, pois poderiam estar no estágio inicial da infecção ou pré-sintomáticos. A pesquisa de infecção do ONS é baseada em uma amostra de domicílios particulares e exclui hospitais ou lares de idosos.
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