Em pouco menos de três anos, a família de Shannon Marie, de Ohio (EUA), cresceu de uma para quatro pessoas, após ela adotar três meninas. Em um depoimento emocionante ao Love What Matters, a mãe conta que cresceu como filha única e sempre teve o desejo de ter sua própria família. "A vida de filho único é incrível, mas, conforme você envelhece, começa a perceber que seus círculos de amigos estão diminuindo e você não tem irmãos com quem contar para grandes momentos de vida", escreveu.
Após se formar no ensino médio, Shannon foi para a faculdade e lá achou que iria encontrar seu parceiro, porém, isso não aconteceu. Ela decidiu investir intensivamente em sua carreira e, com o tempo, começou a sentir falta de algo. "Eu ainda queria ser mãe e parecia tão fora do meu alcance. Tentei namoro online e deu errado todas as vezes. Até que um dia, decidi questionar por que achava que ter um parceiro era um passo tão crítico para me ter uma família. Então, decidi pular isso", relatou.
Há quatro anos, ela decidiu procurar uma clínica de fertilidade para ajudá-la no sonho de se tornar mãe. Depois de vários procedimentos, testes e exames, Shannon percebeu que a gravidez não seria um caminho possível. "Eu estava devastada. Estava na casa dos 30 anos e temia que minha janela para me tornar uma mãe estivesse fechando rapidamente. Mais ou menos na mesma época, uma colega minha começou a me contar sobre sua experiência maravilhosa após a adoção e como isso foi impactante em sua vida. Ela me encorajou a procurar mais sobre isso", disse Shannon. Apesar de ter dúvidas se ser mãe solo, poderia ser um empecilho para adoção, ela decidiu seguir em frente com essa opção.
UM NOVO CAMINHO
Em 2017, Shannon recebeu a notícia, por meio de um amigo, que duas meninas estavam precisando de um lar. Logo, ela demonstrou interesse. "Imediatamente disse sim. Eu não hesitei. Eu me surpreendi na verdade. A situação era única, mas passei pelo processo e comecei a ficar muito animada em receber duas crianças em minha vida. Saí e comprei algumas coisas mínimas de que precisaria - principalmente tiaras, a quem estou enganando? Comprei muitas tiaras e copinhos", disse.
Apesar da animação, a norte-americana foi surpreendida com uma triste notícia. Ela foi informada de que as meninas ficariam em uma família com "mãe e pai", pois as crianças "precisariam de mais apoio". "Eu, novamente, tive esses intensos sentimentos de medo de estar sozinha, de nunca me tornar mãe e de nunca experimentar a alegria que as crianças trazem", disse.
Dois meses depois, Shannon se matriculou em um curso para pais que pretendem adotar. Após ser aprovada, ela colocou o nome novamente na lista de adoção. "Eu estava pronta. Tinha um berço, tinha mamadeira, tinha um carrinho, tudo pronto para um bebê. Esperei dias, até que um dia saí para almoçar com meus dois amigos e recebi minha primeira ligação. Parei de respirar assim que vi o número aparecer". Shannon foi informada de que dois meninos estavam precisando de um lar. No início, ela disse que se sentiu insegura, não estava esperando ser mãe de meninos, mas logo depois disse que estava interessada. "Eu estava pirando - o que eu faria com todas aquelas tiaras? Eu rapidamente arrumei as coisas no trabalho e saí para buscá-los".
No início, a mãe de primeiira estranhou um pouco ter as crianças em casa, mas logo foi se aproximando cada vez mais dos garotos. No entanto, antes do Natal, Shannon foi informada que os meninos seriam transferidos para o lar em que o irmão deles estava. "Fiquei forte no momento. Eu sabia que isso era o certo para eles. Eu sei que irmãos deveriam ficar juntos".
Um mês depois, ela recebeu mais uma ligação. Dessa vez era sobre uma menina de sete dias que precisava de uma casa por até seis meses. "Eu queria dizer sim para uma colocação tão curta? Eu seria capaz de cuidar de um recém-nascido e trabalhar ao mesmo tempo? Eu disse sim. O momento foi devastador e nunca esquecerei a troca que ocorreu ou a gravidade da transferência entre a mãe biológica e a mãe adotiva. E, francamente, essa interação específica me fez sentir esse grande senso de responsabilidade de ser a melhor mãe adotiva e amar esse bebê em cada passo do caminho".
Com o tempo, Shannon se apaixonou pela bebê, mesmo sabendo que ela voltaria para sua família. Quando a menina estava com dois meses, a norte-americana recebeu uma nova ligação sobre uma criança que tinha quatro meses e estava na UTIN e que precisava de um lar. "Novamente, demorei um segundo. Quer dizer, eu estava chorando muito por causa de uma recém-nascida e trabalhando em tempo integral, eu poderia lidar com dois? Mas, P. estava indo para casa em breve", lembra a mãe.
MAIS UMA
Mesmo com dúvidas, Shannon topou o desafio e contou com o apoio de sua família para ajudá-la. "No mesmo ano em que trouxe Remy para casa, finalizei sua adoção. Mesmo que parecesse inevitável, ela era minha e eu dela desde o início, mas a adoção tornou isso legal", explica a mãe.
Logo depois, Shannon descobriu que que tinha mais uma menina precisando de um lar e a assistente social perguntou se ela estaria interessada em adotá-la. "Eu a trouxe, Reese, para casa no dia seguinte. Ela foi recebida em meu jantar de aniversário, cercada por familiares e amigos que apoiaram minha verdadeira dedicação a essas meninas. O caso de Reese e P durou mais de um ano. Permaneci fiel à minha vocação para o que era melhor para duas. E cerca de um ano depois, os assistentes sociais perguntaram se eu teria interesse em adotá-las, eu ri e, claro, disse que sim. Concluímos sua adoção no meio de uma pandemia via Zoom".
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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Educacao-Comportamento/noticia/2021/04/mae-solo-conta-como-adotou-tres-meninas-em-meio-pandemia.html