“Minha filha tem 3 anos e, de uns tempos para cá, ‘regrediu’ muito. Agora só fala como bebê e está bem manhosa. Acredito que tenha a ver com o isolamento social. O que eu faço?”
Ana Paula Machata, 41, mãe de Júlia, 3
Nova rotina
“Com meu caçula, a solução foi matriculá-lo na natação. Começamos a fazer aulas agendadas, em horários alternativos, com menos alunos. Ajudou demais, hoje ele parece outra criança.”
Anna Garruba, mãe de Fernando, 11, e Victor, 4
Outras distrações
“Em casa, o meu filho também está sofrendo com os efeitos do isolamento social. Desde então, o que tem funcionado para aliviar é passarmos mais tempo juntos: tento ao máximo acolher, levar para passear ao ar livre, brincar de pintura, de massinha…”
Kaline Gonçalves, mãe de Felipe, 3, e Mariana, 1 ano
Relaxando em 3, 2, 1...
“Aqui estamos vivendo algo parecido. Para a mais velha, que estava bem ansiosa e irritada, a meditação infantil ajudou muito.”
Leninne Melo, mãe de Olivia Piettra, 8, e Sara Rebecca, 7
Mais atenção
“Também percebi minha filha mais estressada e fazendo birra nos últimos tempos. Desde que eu comecei a dar total atenção para ela, a abraçá-la mais e ouvir o que ela tinha para me dizer, o comportamento melhorou bastante.”
Fernanda Mariano, mãe de Luiza, 3
PEQUENOS AJUSTES
Sem dúvida, o isolamento social impactou muito as crianças. Já existem vários estudos científicos mostrando que todo o estresse e a mudança de rotina que vivemos nos últimos tempos influenciaram o comportamento e o desenvolvimento infantil. A convivência com a família ficou mais intensa, enquanto muitos pais e mães tiveram de equilibrar os pratos e se dividir entre o home office e o cuidado com os filhos. Num contexto como esse, a atenção dada aos pequenos, muitas vezes, fica a desejar. É aí que as crianças usam a birra, a manha e o “jeito de bebê” para serem notadas e trazer os pais mais para perto.
No momento que estamos vivendo, essas mudanças de comportamento são esperadas e, em geral, não precisam ser motivo de grande preocupação. É importante acender o sinal de alerta se você notar que seu filho também “regrediu” em outros aspectos, perdendo habilidades motoras, por exemplo. Caso contrário, é tudo uma questão de repensar e adaptar a rotina da família. Diminuir o tempo em frente às telas, estimular brincadeiras, fazer pequenas pausas no dia de trabalho para ficar com as crianças e rever o esquema de sono já são um bom começo.
Paulo Telles, pediatra e neonatologista (SP)
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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Desenvolvimento/noticia/2021/04/quando-crianca-regride-volta-falar-como-bebe-que-fazer.html