Acabou a licença-maternidade... E agora? Como manter a amamentação e conciliar a extração de leite com a rotina do trabalho? A soldado da Polícia Militar do Rio Grande do Sul Ivana Füchter, de 33 anos, retomou sua rotina depois de seis meses cuidando de perto do filho Miguel. Neste período, o menino foi amamentado exclusivamente com leite materno, em livre demanda e sem uso de bicos artificiais. E a manutenção do aleitamento - desejada pela mãe - só foi possível graças à muita pesquisa, muito apoio, e às ordenhas feitas no alojamento feminino da própria PM.
Os esforços de Ivana para garantir a amamentação após o fim da licença começaram bem antes do retorno. A 15 dias da volta ao trabalho, ela começou a estocar leite. “Ter buscado informações e ter estabelecido uma prévia rotina de ordenhas me garantiu um aumento na produção de leite. A produção foi aumentando gradativamente. No primeiro dia foram poucos mililitros, mas no décimo quinto eu já estava produzindo suficiente para um retorno seguro”, contou à CRESCER.
LEIA TAMBÉM: Como extrair o leite e oferecer ao bebê no copinho ou na colher?
A mãe voltou ao trabalho no dia 26 de abril, e por dois meses irá trabalhar por 4 horas diárias, somente durante o dia - uma escala diferenciada para um retorno mais tranquilo. Passado esse prazo, ela se prepara para fazer escalas de 12 horas consecutivas durante o dia, seguidas por 24 horas de folga, e 12 horas de trabalho consecutivo durante a noite, seguidas por 48 horas de folga.
"Neste período que trabalharei à noite eu pretendo deixar o bebê com o meu esposo. Ele está treinando para dar o leite no copinho desde os 4 meses, o bebê aceita bem, porém ainda deixa cair um pouco e acaba molhando a roupinha. Nosso desafio serão as madrugadas frias do inverno aqui do Sul, acho que não terá como escapar do copo de bico rígido ou até uma mamadeira", afirma.
Hoje em dia, Ivana tira seu leite com a ajuda de um extrator elétrico, dentro do alojamento feminino da PM. "Guardo no congelador da geladeira da cozinha. Uma cozinha de uso comum de todos do quartel. No fim do serviço eu volto pra casa com potes congelados de leite", revela. Já quando voltar para o serviço de policiamento, ela pretende, entre uma ocorrência e outra, realizar pausas no quartel para a ordenha. "Até lá o meu filho já estará mais habituado a comer sólidos, espero que tudo dê certo."
+ Amamentação e volta ao trabalho: como conciliar as duas funções?
A importância do apoio
Ivana celebra a marca dos seis meses de aleitamento conquistada até agora, e ressalta a importância da rede de apoio no processo de amamentação. "Eu não durmo 4 horas seguidas desde o dia 26 de outubro de 2020. Miguel mama de 2 em 2 horas, e isso é normal. Temos que normalizar as necessidades de um bebê. Lembrando que peito não é só alimento: é carinho, segurança e aconchego. Ouvi de muitas pessoas que se eu desse logo uma mamadeira com fórmula eu poderia descansar e dormir. Eu não julgo quem o faz pois cada um sabe dos seus limites. Eu recebo total apoio do meu esposo (que é policial também), ele cozinha para nós, me ajuda em todas as tarefas e este apoio me deixa livre para poder amamentar e não me preocupar com outras tarefas", destaca.
A mãe também tem recebido apoio de outras mães em grupos nas redes sociais - principalmente no grupo Aleitamento Solidário, onde encontrou dados, dicas e relatos de outras mulheres. "No primeiro dia de retorno ao trabalho, durante a primeira ordenha e com o coração apertado, resolvi entrar no grupo e acabei postando a foto. Fiquei com o coração mais tranquilo por muitas outras mulheres também estarem passando pela mesma situação e cheio de alegria e com forças renovadas para continuar."
Saiba como assinar a Crescer para ter acesso a nossos conteúdos exclusivos
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2021/05/mae-que-e-soldado-da-pm-conta-como-mantem-amamentacao-apos-volta-ao-trabalho.html