As crianças estão mais tempo diante das telas e a louça suja, na pia? Tudo bem! A psicanalista Vera Iaconelli lembra que o confinamento não vai durar para sempre – e o define como uma espécie de acampamento dentro de casa. “As regras precisam ficar mais flexíveis, senão ninguém aguenta”, diz. A psicóloga Desirée Cassado defende que é hora de a mãe escolher suas batalhas e abrir mão do perfeccionismo para preservar a saúde mental de todos (incluindo a própria).
Estabelecer um tipo de cronograma com horários das atividades diárias – como banho, refeições, lição de casa, brincadeira – pode ajudar você a sentir que as coisas estão sob controle. Essa previsibilidade também é importante para os pequenos, que tendem a ficar menos ansiosos quando sabem o que esperar de cada momento do dia.
Em vez de tentar suprir a ausência de outras pessoas (como babás e empregadas domésticas), encare a quarentena como uma oportunidade para envolver toda a família e compartilhar as responsabilidades. “Muitas mulheres acreditam que esse papel é delas”, afirma a socióloga Maira Covre Sussai Soares. “E, às vezes, é mais fácil agir como aprendemos do que desconstruir essa noção de obrigação e pedir ajuda.” Busque uma conversa honesta com o parceiro e delegue tarefas – aos filhos também. Mesmo crianças pequenas podem guardar os brinquedos, por exemplo.
“Melhor considerar as pausas do que acreditar que não acontecerão e reagir de uma forma que não gostaria com as crianças, gerando mais culpa e ainda maior sensação de improdutividade”, afirma a especialista Camila Antunes, da consultoria Filhos no Currículo. Ela recomenda alternar momentos curtos de alta concentração no trabalho com períodos de conexão com os filhos.
Discutir ajustes nos projetos e processos profissionais é mais eficiente do que se martirizar, comparando a sua atual produtividade com o cenário pré-pandemia. Para a especialista em gestão de pessoas Ana Claudia Brunier, da consultoria Mother Too, as lideranças devem ser empáticas diante dessa realidade atípica. “Precisamos de negociações ganha-ganha, como a possibilidade de reduzir ou flexibilizar a carga horária”, afirma. “Colaboradoras que se sentem acolhidas serão mais leais às empresas.”
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