“Meu filho tem 5 anos e sente muito medo de sons altos, como fogos ou balões estourando. Nem a festas de aniversário íamos mais. Como ajudá-lo?”
Rosiene Ferreira de Oliveira, 33, mãe de Eliã, 5
Conversa franca
“Também estava aflita com essa situação aqui em casa. Era só escutar barulhos altos que meu filho tampava os ouvidos e começava a tremer. Às vezes, quando isso ainda acontece, respeito o sentimento dele, conversamos e mostro de onde vem o som. Tem melhorado!”
Thaís Thayanna Ribeiro, mãe de Samuel, 3
Respeito aos limites
“Sempre que minha filha ficava com medo, íamos para um lugar mais silencioso e esperávamos ela se acalmar. Aos poucos, quando possível, fomos colocando-a em situações “barulhentas”, mas sempre respeitando o limite dela. Com o tempo, passou.”
Brenda Leite, mãe de Sofia, 6
Carinho de mãe
“Minha filha chegava a tremer de pavor de chuva, raios e trovões. O que resolvia era colo e muito abraço. Ela ainda sente um pouco de medo, mas nada comparado a antes. Conversa e carinho ajudaram muito.”
Ana Claudia Moura, mãe de Rebeca, 5
Ajuda especializada
“Aqui, passamos do limite do medo: minha filha tinha pânico de aspirador, balão, fogos de artifício… Decidi expor a situação para o pediatra e ele recomendou a terapia. Foi a melhor coisa que fizemos. A mudança não veio num passe de mágica, mas vimos sua evolução dia após dia.”
Heloisa Macedo, mãe de Maria Helena, 5
PALAVRA DE ESPECIALISTA
Paciência e acolhimento
Assim como os adultos, é normal que, vez ou outra, as crianças se assustem com barulhos mais altos. O medo é uma emoção natural e, em geral, não deve ser visto como algo ruim. Até os 7 anos, as crianças ainda têm dificuldade de diferenciar o real e o imaginário. Com isso, alguns medos podem surgir: o de barulhos altos é mais um deles. O nosso papel é entender o que está por trás desse comportamento e oferecer ferramentas para que a criança encare esse sentimento com mais leveza. Antes de ir a uma festinha, por exemplo, já vá “preparando o terreno” e avise seu filho que talvez algum balão possa estourar. Se acontecer, esteja a postos para conversar e acolhê-lo. Abrace, beije, relembre o quanto ele é forte e capaz de enfrentar aquela situação. Ensiná-lo a respirar fundo também ajuda. E não se esqueça: se você adotar uma postura tranquila na hora da crise, o pequeno tende a fazer o mesmo. Porém, se é algo rotineiro e sempre que a criança ouve um som estridente, ela se desespera e fica em alerta, talvez seja a hora de procurar um pediatra e um psicólogo para fazer uma avaliação.
Ana Flávia Fernandes, psicóloga infantil (SP), e Luiz Augusto de Lima Silva,
otorrinolaringologista do São Cristóvão Saúde (SP)
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Educacao-Comportamento/noticia/2021/07/crianca-que-tem-medo-de-barulho-alto-o-que-fazer.html